3.11.07

Não Te Deixes Morrer Lentamente...

Morre lentamente
Quem não VIAJA,
Quem não LÊ,
Quem não OUVE MÚSICA,
Quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente Quem destrói seu amor próprio, Quem não se deixa ajudar. Morre lentamente Quem se transforma em escravo do hábito Repetindo todos os dias os mesmos trajecto, Quem não muda de marca, Não se arrisca a vestir uma nova cor ou Não conversa com quem não conhece. Morre lentamente Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos Olhos e os corações aos tropeços. Morre lentamente Quem não vira a mesa quando está infeliz Com o seu trabalho, ou amor, Quem não arrisca o certo pelo incerto Para ir atrás de um sonho, Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos... Vive hoje ! Arrisca hoje ! Faz hoje ! Não te deixes morrer lentamente!
Pablo Neruda, poeta chileno, considerado um dos mais importantes literatos do século XX. A sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. É, certamente, um verdadeiro sábio. Assim como ele sei, também, que morre, lentamente, quem não vive e não se atreve. Morre quem se deixa levar e quem não se questiona. Quem não muda, quem não inova, quem não diz "não" e vive serenamente o "sim". Quem não ultrapassa os limites apesar de todos os receios. Quem não vai e parte apesar de saber que pode ser loucura. Quem não conquista. Quem não perde. Quem não renega ao certo para partir em busca do incerto. Simplesmente, apenas quem não sonha é quem não vive...

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