16.3.08

A Decisão!

Templo Angkor Wat_Camboja
Quem me conhece, sabe bem que anseio por uma boa viagem a outra coisa qualquer... Descobri que a vida só faz sentido se conhecermos o mundo, se o desbravarmos e se o sentirmos verdadeiramente... É iso que levamos dele! E quanto mais irreverente a viagem, mais estimulante para mim.
Está decidido! Irei tirar um mês inteiro de férias para poder, em Setembro, partir pelo mundo fora. O roteiro está traçado: - TAILÂNDIA (Bangcoc e sul) - CAMBOJA (Angkor Wat, Siem Rep e Phnum Pénh) - VIETNAME (Ho Chi Minh, My Tho, Nha Trang, Hoi An, Danang, Hué, Hanoí, My Son) - LAOS (Luagn Prabang e Vientiene) - TAILÂNDIA (norte) Falta apenas que os meses passem rápido! ;)

15.3.08

“Mochileiro” Que se Preze, Gosta de Se Perder dos Demais…

Milão é a maior cidade e a mais chiques de toda a Itália. É uma autêntica cidade repleta de lojas e de consumo. Milano – como a chamam os italianos, é o encontro do progresso com o atraso, mistura tão bem o requinte da moda com elementos do caos urbano. Confuso? Sim, mas principalmente fascinante. Estilo, por sinal, é palavra recorrente em Milão. Nomes como Armani, Prada, Fendi, Gucci e Versace mantém bases de suas grifes na cidade. Por este prisma, que interesse terá esta cidade para um mochileiro? Não terá maior interesse em culturas arcaicas, pouco conhecidas, estranhas. Em culturas de gente multicultural, irreverente e habituada a poucos costumes? Sim. Um verdadeiro mochileiro tem de ter este gosto: de partir para o desconhecido e aprender a sobreviver. Ou melhor, aprender a tirar partido e a viver cada momento como sendo único e irrepetível, e fazer das piores experiências verdadeiras anedotas humorísticas, e histórias marcantes.
A chegada a Milão fez-se com Neve
Visitei Milão no final do ano de 2005, e digo-vos que não é, decerto, a cidade ideal para um mochileiro. Mas surpreende-nos!!! Tem essa capacidade! Ir até Milão é poder espantar-se com a beleza exuberante do “Duomo”, a maior catedral gótica da Itália, e a terceira maior DO MUNDO, depois da Catedral de S. Pedro, no Vaticano, e da Catedral de Sevilha, em Espanha, as quais também já tive a oportunidade de conhecer e de me emocionar. (Há que dizê-lo que chorei depois de ter entrado na catedral de São Pedro. Simplesmente sentei-me, à saída, nas escadas emocionado e verti algumas lágrimas! Coisas de lamechas e choramingas!!!)

Praça Duomo

O Duomo é uma verdadeira obra-prima da arquitectura milanesa. São 92 metros de altura que levaram mais de dois séculos para serem erguidos, a partir de 1386 (sim, o ano é mil TREZENTOS e oitenta e seis). A junção dos estilos gótico, barroco, neoclásssico e neogótico transformam a visita numa aula de arquitectura ao ar livre. A verticalidade do monumento é uma característica marcante deste estilo arquitectónico O telhado é algo inacreditável. Andei por lá a passear, por alguns cantos e recantos apreciando a vista de toda a cidade de Milão, após ter ficado mais de uma hora na fila para entrar!!!

A vista do alto...

A Fila interminável...

Contudo, Milão é também interessante pelo seu Castelo Sforzesco, um local magnífico para poder dar um passeio ao final da tarde.

Huummm… beber um “macchiato” quentinho foi isso que fiz, conjuntamente com a Cláudia, após termos fingido que nos perdemos do resto do grupo. Somos do pior!!!! Na altura estávamos no “Il Salotto di Milano”, a famosa Galeria Vittorio Emanuelle II, um centro comercial chique, chique, chique. Gente e mais gente. Não sei o que se passava naquele dia, talvez por ser um dia próximo da passagem de ano, a galeria estava nem mais nem menos “à pinha”!!! E nada melhor do que um local assim para ser um perfeito pretexto de quem é desorientado… “Ops… perdemo-nos!”. Apreciar uma tarde sem o resto do maranhal de amigos foi, sem dúvida, fenomenal… (hihihi)

Um fim de almoço surreal, foi o que aconteceu. Após um certo cansaço por termo-nos emaranhado nas malhas da cidade, decidimos almoçar numa pequena e pacata pizzaria italiana. Nem mais! Correu tudo na perfeição. Estava tudo delicioso, o ambiente agradável, o gerente simpático, pessoas interessantes à volta. Pagamos o que tínhamos a pagar, e saímos de lá agradavelmente a rir de satisfação. Eis que se não quando, após já termos calcorreado já 3 quarteirões, a Cláudia sente que perdeu a máquina fotográfica.

- “Deixei-a em cima da mesa do restaurante” – grita.

Sem pensar, digo-lhe para ficar onde está, e vou a correr até ao local do almoço. Entro e olho que está um grupo de jovens irreverentes sentados na nossa mesa. Pergunto se viram alguma máquina fotográfica. Todos dizem que não. Acenam com a cabeça. Já agarrados a algumas entradas faço-os levantar para poder ver debaixo da mesa. De cu para ar dou uma volta à mesa. Sinto um silêncio fulcral e todos a olharem para mim.

- “Coitada da Cláudia” – penso enquanto estou debaixo da mesa, - “perdeu a porcaria da máquina comprada em Andorra”.

Saio lá debaixo das mesas, arranjo o cabelo e a roupa, sorrio-lhes amigavelmente e digo num tom de voz baixo - “thanks”. Dirijo-me ao gerente do restaurante e conto-lhe o que se passou.

- “Talvez a máquina esteja enrolada com a toalha da mesa” – questiono.

Após alguns segundos, vejo o gerente com uma toalha na mão, dirigindo-se até mim Suja e cheia de migalhas abre-a, ali mesmo, em frente a todas as pessoas. E nada… Fico eu a pensar:

- “Como hei-de dizer isto à Cláudia? Coitada… vai ficar super triste, pá!” – enquanto caminho para a saída do restaurante. Olho lá para fora, e vejo alguém a acenar do outro lado da rua. É a Cláudia. Está a rir-se. Talvez pense que a tenha encontrado. Mas continua a rir-se de forma estranha. Olho bem para ela e acena-me com uma máquina na mão e grita-me:

- “Estava na mochila! Esqueci-me que a tinha colocado lá”. Nem quis acreditar nas figuras tristes que andei a fazer com o cu para o ar e sacudir toalhas sujas. Olho para a Cláudia de soslaio. Estou zangado… mas desmancho-me também a rir.