Depois de mais um dia por Poznan, chagamos sempre cansados a casa. Apanhamos o último horário do autocarro especial que nos traz até Kórnik. Usualmente, despedimo-nos uns dos outros, combinamos o horário de encontro para o dia seguinte, e cada um vai para as suas respectivas famílias.
No entanto, esta noite foi diferente!
Mal saímos do autocarro especial, houve participação massiva e completa de todos numa MEGA guerra de bolas de neve, alí mesmo, junto à paragem. Nela incluímos, obviamente, outros jovens que, nada tendo a ver com este grau de loucura (quase a roçar um psicotismo grupal), mas que por alí passavam.
Corri sobre aquela imensa neve, com medo de todos. Corri, também, para me "vingar". Ri-me desalmadamente, num contínuo e em gargalhada estridente. Com as luvas formei bolas gigantes de neve e atirei-as a quem ali se econtrava. Foi um momento único que me fez recordar tempos de crianças em que as formalidades ainda não estão activadas no nosso "chip" de adulto. Corremos, brincámos, rimos. Decerto, sei que seremos muito mais felizes quando aprendermos a viver fora de uma rotina e de formalidades comportamentais.
"Fica mal se fizeres isto", "Parece mal se te comportares dessa maneira", "As pessoas da tua idade já não têm esse tipo de comportamento". Decerto, todos nós já ouvimos este tipo de regras para poderem ser cumpridas ao se activado o "chip" de vida adulta. Mas quem forma as regras? Existem mesmo regras? Para que servem se nos castram?
Se encontramos a felicidade e vivemos desreprimidos relativamente às regras estipuladas pela sociedade, então, cada vez mais tenho a certeza que o caminho é por aí mesmo: continuarei a correr livremente, a brincar como uma criança, e a rir de forma descontrolada. Porque isso dá-me vida!
No bar em Kórnik
Não cumprimos as regras e não fomos, imediatamente, para casa. Fomos, em grupo, para o único bar existente em Kórik, mesmo em frente à minha casa de acolhimento, para continuarmos a festa em grupo. Uns beberam umas cervejas, outros sumos. E alí deixámo-nos estar em conversas, sem nenhum conteúdo, aparentemente, interessante, mas que nos fazem descobrir os laldos uns dos outros.
O bar de Kórnik visto da janela do meu quarto
Chegámos a casa não muito tarde, até porque a nossa família estava à nossa espera, tal como todas as noites. Sabendo disso, saímos do bar, e simplesmente atravessámos a rua para estarmos em casa. Á nossa espera estavam, ansiosamente, todos reunidos para poderem estar connosco. A mesa posta na sala com algumas entradas e bebidas, permitiu-nos, apesar de cansados, ficar confortavelmente a descobrir-mo-nos mutuamente. Ambos quisémos saber mais. Histórias com conteúdo, outras nem tanto. Apenas o simples facto de querermos, implicou-nos a ouvir, a estar, e a permanecer até tarde... Adorei esta noite!!!!
Nós com a família Taciak reunida