6.6.10

Conhecer Israel e Polónia na China


04.04.2010
Á chegada ao hostel conhecemos duas raparigas: A Ayelet, Israelita, e a Kasia, de nacionalidade Polaca, que já não tendo vagas em quartos simples, tiveram de ficar juntas no mesmo. Juntámo-nos os quatro na tentativa de ir conhecer a cidade, ou melhor, a MEGA cidade.

Guangzhou é caracterizada por ter perto de 10 milhões de habitantes (quase o mesmo que Portugal inteiro!!!!), sendo considerada a 3ª maior cidade chinesa, atrás de Pequim e Xangai. Está distribuída por 12 províncias. Conhecemos apenas uma ínfima parte da província de LiWan, onde ficámos alojados, por ser aí o local da cidade velha. 

 Rio Zhu Jiang - Guangzhou

Mesmo junto ao hostel partem algumas embarcações no rio Zhu Jiang, pelo preço de poucos yuans, para a outra margem, onde se encontra a zona dita histórica da região. Toda a cidade é monstruosamente grande. Algumas ruas são gigantescas: nunca mais terminam e a sua largura é também bastante considerável.

Em grupo passeámo-nos durante toda a tarde numa das ruas pedestres principais da Gunangzhou: Shangxiajiu, é uma das mais movimentadas ruas comerciais na China, e considerada como uma dos top10 de atracções em Guangzhou, com mais de 1200 metros de comprimento e com mais de 300 lojas. 

Rua Shangxiajiu sempre apinhada de gente

Por ser uma rua pedestre, aqui não passam carros. Desta forma, favorece massivamente o emaranhado de chineses a passearem-se nela. Eram tantos, tantos, tantos que se desviassem o olhar por uma simples fracção de segundos do resto do pessoal, tenho a certeza que nunca mais os encontraria! E não duvido disso! Acreditem…

Entrámos num restaurante chinês para comermos qualquer coisa. Aproveitámos o facto de a israelita Ayelet saber falar chinês para tirarmos a barriga de miséria! Pedimos tudo aquilo que quisemos sem nos preocuparmos com a conta. Afinal, aqui na China as coisas são baratas para qualquer europeu. E entre comida, conhecemo-nos melhor. Falámos de tradições de Portugal, polónia e Israel. Falámos das nossas vidas e expectativas. Falámos de nós, e principalmente das nossas viagens. 

 No Restaurante com a Polaca Kasia e Israelita Ayelet

Ayelet está a viver na China. Veio de Israel com a sua empresa trabalhar para aqui porque a China é considerada, para muitos, como o elo dourado da evolução, do dinheiro e do trabalho. Neste momento vive na China já há 3 anos, daí ter aprendido falar chinês (louvada seja!!!). Despediu-se do emprego anterior por não gostar daquilo que fazia. Veio, então, a Guangzhou para uma entrevista de trabalho num outro ramo diferente do seu. Enquanto espera pela entrevista aproveita para conhecer a cidade connosco.

Já a polaca Kasia, está completamente de férias. Veio para a China, sozinha, durante um mês inteiro para percorrer todo este enorme país, tendo-nos oferecido o seu guia de Hong Kong.


Anoiteceu sem darmos conta. Do meio da tarde até à noite o tempo voou. Conversámos imenso, rimos muito, conhecemo-nos e estabelecemos contacto. E acabámos por sair do restaurante já de noite. Caminhámos mais um pouco antes de retornarmos ao nosso alojamento. Mas fico a pensar na sorte de se estabelecer estas relações. Poderão não ser duradouras. Mas naquele momento, deste lado do mundo servem-nos para partilhar sentimentos e vivências. Viajar sem relação, não é viajar! 

5.6.10

Já em Guangzhou!!!!


Acabámos de chegar ao Reverside International Youth Hostel, em Guangzhou. Há jovens de várias nacionalidades espalhados pelos sofás e pelos corredores do alojamento, a conversarem entre si. Há simpatia a fluir. Afinal, temos todos uma coisa em comum: somos itinerantes e estamos todos a viajar pela China…

Iremos ficar na cidade 2 dias, apenas como ponto de passagem, antes de partirmos para a China rural. 

Pelo preço simpático para dormir aqui uma noite, tentámos não nos incomodar com as osgas, com a água a sair do poliban e com o cheiro a esgoto dentro dos nossos quartos!!! 

Vida de pelintra: poupar a quanto o obrigas!
(04.04.2010)

 Entrada do Hostel em Guangzhou

A Desorientação Total: Isto Promete!

Partimos logo pela manhã de Macau em direcção à China, mais especificamente, a Guangzhou. Foi o João que nos ajudou a chegar até ao posto fronteiriço das Portas do Cerco para podermos realizar a passagem de fronteira. Com filas enormes para se mostrar os passaportes, fui criando alguma ansiedade. 

 Posto Fronteiriço das Portas do Cerco - Macau

Até agora tivemos a oportunidade de termos estado sempre acompanhados por amigos que conhecem as redondezas e, principalmente, a língua. Esta ansiedade advém do facto de, a partir de agora, estarmos completamente por nossa conta.

Depois de termos conseguido realizar a passagem do posto fronteiriço, dirigimo-nos para o local onde nos indicaram para apanhar as caminhonetas até Guangzhou, com um percurso de duração aproximada de 2h30m. 


O problema foi sentirmo-nos, já verdadeiramente, inseridos na verdadeira China. Com os bilhetes em caracteres chineses na mão para entrarmos no autocarro, ouvimos na sala de espera repleta de, apenas gente chinesa, avisos apenas em chinês!!!. 

- “Que informações estarão eles a dar?” -  Questiono-me. 
- “Talvez sejam as informações da linha do autocarro”, “talvez sejam a dar indicação de atraso, ou talvez indicação de que já partiu!”... sem ninguém falar em inglês sentimo-nos, completamente, desesperados. Sim, é esta a sensação: desespero, medo e terror! E tento, também desesperadamente, olhar para as indicações fornecidas no mapa das partidas. Mas claro… está tudo em Chinês!!!


A solução:
Mostramos os caracteres em chinês do nosso bilhete a alguém que se senta ao nosso lado na sala de espera. A pessoa sorri e, mudamente, gesticula algo que nos parece para aguardarmos. Olhamos para o bilhete dele, e os caracteres também são iguais ao nosso.

Uffa! Já temos companhia de viagem até Guangzhou!
(04.04.2010)

Visitar o Resort Venitian

Depois de hoje termos visitado os templos TAOISTAS de A-Má, igrejas e fachadas PORTUGUESAS (igreja Santo Agostinho e igreja de S. Domingos), visitado a cultura MACENSE na Ilha da taipa, e observado rituais CHINESES da dança do dragão em plenas ruas, sinto-me cheio e feliz por ter vivido um mar de culturas bebido em menos de único dia. Incrível! 

Danças do Dragão nas ruas

Sem mais, termino a noite revisitando a cultura VENEZIANA.
Sou levado a conhecer o “Resort Venitian”, um mega complexo hoteleiro internacional de luxo, com suites, casinos, bares lindíssimos, praças e enormes e uma réplica completa da cidade de Veneza dentro do próprio complexo, com direito a canais, a gôndolas e a gondoleiros, a trajes típicos, casas de moda, e à famosa praça de são marcos.

Resort Venitian

 Réplica da cidade de Veneza


Fico estupefacto com esta dimensão, luxo e beleza nunca antes vistos.
E é aqui que termino a minha última noite, em Macau. E ainda bem que tenho amigos que trabalham nestes sítios! Valeu a pena! 

Simbolo Máximo da Cultura Chinesa em Macau

Da parte da tarde visitámos outro Templo de A-Má, localizado à entrada do Porto Interior, no extremo-sul da Península de Macau.   Mas porquê visitar outro templo? E além do mais com o mesmo nome? 

Entrada do Templo de A-Má

Por várias razões:
- Dizem que este templo já existia antes da própria cidade de Macau ter nascido, 

- Além disso, este é, talvez um dos templos mais visitados em Macau porque crê-se que os portugueses desembarcaram pela primeira vez em Macau, possivelmente no ano de 1554 ou 1557, precisamente à entrada do Porto Interior. 

- Especula-se que o templo foi construído pelos pescadores chineses residentes de Macau no séc. XV, para homenagear e adorar a Deusa A-Má (Deusa do Céu), deusa taoísta que é muito venerada em todo o Sul da  China e em várias partes do Sudoeste Asiático e é considerada como a protectora dos pescadores e marinheiros. 


 Adoração a A-Má


 - O porto Interior é também chamado pelos pescadores chineses de "Baía de A-Má". Segundo as lendas do séc. XVI, o nome da cidade deriva precisamente da palavra em contonês "A-Má-Gau", que significa literalmente Baía de A-Má.


- e para finalizar, o Templo de A-Má está incluído na Lista do Património Mundial da Humanidade da UNESCO.

Chega de razões? 

 Incensos circulares no Templo