19.2.08

Do Que Um Homem é Capaz!!!!

Do que um Homem é capaz, as coisas que ele faz, p’ra chegar aonde quer. É capaz de dar a vida, p’ra levar de vencida uma razão de viver. A vida é como uma estrada, Que vai sendo traçada Sem nunca arrepiar caminho. E quem pensa estar parado, Vai no sentido errado A caminhar sozinho. Vejo gente cuja vida vai sendo consumida por miragens de poder. Agarrados alguns ossos, No meio dos destroços Do que nunca vão fazer.

Vão poluindo o percurso Com as sobras do discurso Que lhes serviu para abrir caminho. Á custa das nossas utopias Usurpam regalias Para consumir, sozinhos. Com politicas concretas Impõem essas metas, que nos entram casa dentro. Como a trio lateral Com a treta liberal e as virtudes do centro. No lugar da consciência, A lei da concorrência pisando tudo pelo caminho. P’ra castrar a juventude Mascaram de virtude O querer vencer sozinho. Ficam cínicos brutais, Descendo cada vez mais, Para subir cada vez menos. Quanto mais o mal se expande Mais acham que ser grande é lixar os mais pequenos. Quem escolhe ser assim Quando chegar ao fim Vai ver que errou o seu caminho. Quando a vida é hipotecada, No fim não sobra nada, E acaba sozinho. Mesmo sendo os poderosos Tão fracos e gulosos que precisam do poder. Mesmo havendo tanta gente Pra quem é indiferente passar a vida a morrer. Há princípios e valores, há sonhos e há amores que vão sempre abrir caminho. E quem viver abraçado à vida que há ao lado, não vai morrer sozinho.

José Mário Branco

12.2.08

"Só Voa Quem Se Atreve a Fazê-lo!!"

Viver nada é mais senão ser, verdadeiramente, aquilo que somos e queremos!

É lutar pelos nossos sonhos mesmo que sejam irrealistas para o conjunto da maioria.

Viver é AMAR. É poder abraçar quem gostamos e sentirmo-nos felizes por esse momento. É dizer aquilo que verdadeiramente sentimos sem termos vergonha disso mesmo. É darmo-nos por inteiro e sem reservas. É sermos loucos e surpreender com a nossa loucura.

Viver é SER LIVRE.É poder sorrir, livremente, e dar gargalhadas estridentes ao ponto das pessoas olharem para nós. É fazer aquilo que nos apetece. Tocar ás campainhas e fugir, como em crianças. Chapinhar na água e sujarmo-nos de lama. É comer um gelado de chocolate no inverno quando todos olham para nós. É deitarmo-nos na relva, numa noite quente, e contar as estrelas cadentes que conseguimos ver. É atravessar uma passadeira pisando apenas o traçado branco. É idealizarmos formas e visualizarmos coisas e objectos olhando para as nuvens. É gastar todo o dinheiro que temos naquilo que nos apetece. É falar com os amigos no messenger até tarde e ir para o trabalho com poucas horas de sono. É podermos comer a parte do meio das torradas divididas em três. É passear na praia vazia. É correr com o cão (o Tejo) e perceber que ele corre muito mais que nós. É limpar-lhe a baba, e as patinhas com toalhetes Dodot perfumado. É dormir com ele quando todos dizem que é uma javardice. É agradecer sinceramente aos tios pelas cuecas e meias oferecidas no Natal. É ser vegetariano. É emocionarmo-nos com um filme ou com uma música e não termos vergonha disso. É roubar no supermercado, pelo menos uma vez na vida. É gritar de alegria e chorar de emoção. É cheirar a roupa da cama lavada. É contermo-nos para não nos rirmos na cara de uma pessoa, e não conseguirmos fazê-lo. É atirar bombinhas de mau cheiro para a papelaria da nossa rua, e contarem aos nossos pais que fomos nós. É acreditar piamente nos nossos ideiais e lutar com afinco por eles. É poder dormir, num Domingo, até tarde, e ter o pequeno almoço na cama quando acordamos. É ir a uma exposição, no último dia, e esquecermo-nos dos bilhetes em casa. É ter amigos que saibam tudo acerca de nós. É fazer nudismo e perceber que fazemos sucesso! É poder mentir, pelo menos uma vez na vida, para dizer que fazemos sucesso ;), É ajudar os outros. É praticar Yôga. É lamber os dedos depois de comermos o bolo cheio de natas, sem o guardanapo. É sorrir para alguém quando estamos no meio do trânsito e arrancarmos de seguida.

Viver é VIAJAR. É poder organizar viagens com amigos e partir em busca do desconhecido, mesmo que a nossa família pense que devíamos poupar algum dinheiro. É dizer á família que estamos a amealhar algum dinheiro, para que quando tivermos a quantia junta, gastá-lo em viagens e não dizer nada à mãe. É idealizar viagens fascinantes e perceber que não há dinheiro para tanto, mas mesmo assim acreditar que um dia será possível realizá-las. É caminhar pelas cidades e emaranharmo-nos pelo desconhecido. É passear sem mapa. É falar com desconhecidos e passarmos uma tarde a conversar mesmo sabendo que nunca mais nos iremos ver. É decidir à última da hora e fazer a mala com o mínimo. É termos medo que nos aconteça alguma coisa mas não partilhar esse sentimento com ninguém. É vender na feira da ladra por alguns dias na intenção de angariar dinheiro para atingir os nossos sonhos. É arriscar. É sermos irreverentes ao ponto de gastar vários euros por apenas um café, numa esplanada europeia. É comer coisas estranhas, porque são típicas de cada terra.

Viver é partir com as amarras da sociedade.

É ser quem somos. Sem medos.

Afinal... Só voa quem se atreve a fazê-lo!!!!

7.2.08

Yôga na Neve: Serra da Estrela Respirou Alegria

Vindos de várias partes de Portugal, Argentina e França para a participação neste evento único: o IV Yôga na Neve, com a participação de mais de 80 Yôgins pertencentes à Universidade Internacional de Yôga, agendado para os dias 1, 2 e 3 de Fevereiro de 2008, nos chalés da Montanha na Serra da Estrela. Apesar da falta de neve no início do encontro, o frio esteve sempre presente. Os agasalhos, luvas, gorros e cachecóis fizeram parte do vestuário de todos os participantes.
Eu, a Joana e o Paulo chegámos antes de todos os participantes por pertencermos à equipa organizadora. Depois de tudo apostos, fomos para o chalé. Acendemos a lareira (com papel higiénico na falta das acendalhas… uma grande destreza, digo-vos!!!), abrimos o sofá, mantas em cima de nós e almofadas para cada um, e ali ficamos, na ronha, até à abertura do evento. Simplesmente a descansar. Sabíamos que este seria um dos poucos momentos de descanso, e por isso, aproveitámo-lo ao máximo.
E porque não aproveitar para bebermos, primeiramente, um chá, para depois podermos então descansar? Sim… levantámo-nos, e fomos preparar o chá. Mas surgiu-nos a questão: “não havendo passador, como beberíamos o chá?” – “com uma meia” – respondi eu, numa tentativa de brincar com o pessoal. – “com uma meia? Boa!” – respondeu a Joana! “Eu tenho ali uma minha. Vou buscá-la”. Fiquei estupefacto a olhar para o Paulo. Disse-o na mais pura minha ingenuidade, e a Joana aceitou a proposta. Com uma meia na mão, rasgou-a e colocou-a à volta do bule, fazendo de passador. Foi, certamente, um momento único de risada geral. “chá de unha”, uma proposta para o nome…
Logo após a distribuição de todos pelos vários chalés, iniciou-se, então, o encontro com a realização do Ashtánga Sádhana (prática completa de Yôga), seguindo-se uma prática de alongamento e flexibilidade. Permanecer mais de 15 minutos na posição de upavista konásana? As pernas afastadas e o peito no chão por entre as pernas??? Para muitos uma loucura, mas a maioria aguentou… Após o fim desta prática de grande flexibilidade, estávamos, sem dúvida, preparados. O início estava dado! Grande professora argentina Anahí Flores!!!
Realizou-se, assim, a abertura oficial do evento com todos os ministrantes e apresentação da equipa organizadora, e do programa: práticas de Yôga, meditação, relaxamento, nyása, purificação das emoções, coreografias, pránáyámas, pratyáhára, e festa… muita festa…
Os Ministrantes

Parte da Equipa Organizadora... MEDO!!!! lol

Reunimo-nos, à noite, para realizar "Sat-Sanga". Sentados em samanásana (pernas cruzadas), repercutindo o "pronam mudrá" (palmas das mãos juntas frente ao peito), vocalizámos, por mais de 2 horas seguidas mantras. A alegria era evidente na expressão das pessoas. Grandes sorrisos e a expressão de muita felicidade ali presente. E o porquê desta felicidade? Questiono. Talvez seja o facto de sentirem identificados com outros que ali estão, também, presentes. Que há outros iguais a nós que pensam e sentem da mesma forma; que querem o mesmo para as suas vida; que têm objectivos idênticos; que sabem o que querem; que apostam na vida com qualidade, no auto-conhecimento, no desenvolvimento das capacidades de auto-superação, entrega, doação. Um yôgin é isto mesmo: é alguém que busca o melhor para si e para os outros; que tenta aprimora-se dia a pós dia e que se concentra a fim de obter aquilo que deseja.
O resto da festa foi feita nos chalés. Juntámo-nos, alguns de nós, em chalés alheios para estarmos simplesmente juntos. Eu, a Joana e o Paulo patrocinámos um chai para todos os que ali se encontravam, e ali permanecemos na alegre cavaqueira até tarde.
O programa de práticas para o primeiro dia havia terminado muito para além do anunciado, e a dormida muito para além das expectativas de cada um. Mas não foi por essa razão que o segundo dia começou mais tarde. O dia começou bem cedo, logo às 08h30, com práticas de yôga avançadas, a abrir o apetite para o pequeno-almoço.
Durante a tarde, por entre as práticas, e aproveitando o pouco tempo livre, fomos até à Torre, onde aí nos pudemos deleitar com a neve. Existia uma imensidão de neve. Estava frio. Agasalhamo-nos. Brincámos e, conseguimos realizar guerras de bolas de neve. BBBBRRRRR… há que dar a mão à palmatória… levei com duas na cara!!!! Enquanto ali tivemos aproveitámos o tempo ao máximo, podendo desfrutar da energia que era transmitida por este local.
A noite? Carnavalesca!!! Primeiro com as coreografias de SwáSthya Yôga da Instrutora Sara Garcia e Sónia Saraiva, e posteriormente, a celebração do Carnaval. “Apita o comboio”… o êxito no hotel. Há que dizer que os recepcionistas ficaram com um pouco de inveja. Mascarado de Wally e com música baixa para não acordarmos os residentes, tivemos de transportar a festança para os chalés de cada um.
Sim… a festança foi sem dúvida no nosso chalé. Que diga a Joana que teve a destreza de comer, em menos de nada, um POTEZORRO de “Nutela”!!! A risada tornava-se contagiante e, por isso, ninguém quis perder pitada do divertimento. Ficámos, por mais uma vez, até tarde, no aconchego e conforto da lareira, a partilhar sentimentos. Um dos significados do Yôga é união, e nada melhor do que estarmos juntos para aprendermos com os outros a crescer interiormente. O check-out fez-se no dia seguinte, após o terceiro dia de práticas. Algo marcante, sem dúvida, pela intensidade do evento e pela partilha comum de vivências. Diz-se que o yôgin é uma pessoa com energia e vitalidade muito acima da média. Este foi mais um exemplo de como, realmente, isso é verdade. A alegria, sinceridade, energia, boa disposição reinou mais uma vez na Serra da Estrela. Em nós ficam marcadas “tatuagens” e, na memória, lembranças de tempos felizes… A serra espera-nos para um próximo evento...