25.2.09

Cascais: Vivê-la de Forma Diferente

Enquanto vasculhava o meu PC no sentido de dar-lhe alguma organização, percebi que, por entre fotografias que fui tirando de algumas pequenas e grandes viagens que realizei, algumas delas não tive tempo de postar no Blog. No entanto, há esta pequena viagem que me faz reviver grandes bons momentos de forma nostálgica: Cascais. Todos os dias viajo por Cascais, por ser o local onde trabalho. Mas, certamente, essas são outras viagens, um pouco mais vanguardistas pela Cascais Rural, pobre, deserta, feia, fúnebre, desolada e muito pouco conhecida. Sim… por esta Cascais viajo eu diariamente, na qual sou capaz de saber cada cheiro, pormenor e detalhe ínfimo de outras paragens, movimentos e Carnavais! Mas a outra Cascais que me faz remexer alguns bons sentimentos quando olho para cada uma destas fotografias é, sem dúvida, a Cascais Litoral. 24 de Agosto – Sábado Dias antes combino com um grupo de amigos um dia diferente, cheio e cultural. Um dia para ficar na memória. Talvez ficasse apenas na minha, não sei, mas isso não interessa. O que queria mesmo era poder deixar um pouco as amarras do trabalho e viver esse sol que brilha e que, sem darmos por isso, não o aproveitamos convenientemente. São momentos para os quais não estamos alerta e atentos. E assim deixamo-nos levar. E não inovamos. Por tão pouco…
Embarcação "Estou para Ver"_Cascais
Sim. Por apenas 1.75€ pudemos desfrutar de um passeio de Barco à Vela e a oportunidade de navegar ao longo do litoral da costa Cascais/Estoril, na embarcação tradicional “Estou para Ver”, convertida de um antigo Galeão do Sal do início do Séc. XX, cuja capacidade é de 35 passageiros. Com os coletes vestidos, a entrada no barco fez-se rápida. E partimos… A duração da viagem permitiu saborear um momento diferente de contacto com a natureza.
Lembro-me de, lá ao fundo, ver a costa e pessoas em poses veraneias a passerem-se pelas praias da linha. Lembro-me da sensação de estar a navegar e de poder ajudar no içamento das velas. Lembro-me de alguns salpicos da água em direcção à cara e a frescura que isso me transmitia. O cheiro a maresia. A frescura de um calor, de verão matinal, insuportável. A sensação de leveza e de desfrute da paisagem. Lembro-me... Andar de barco não foi novidade para mim. Já muitas outras viagens fiz de barco e em países estrangeiros. Mas talvez esta tenha-me sabido a vida.
Da parte da tarde passeamo-nos pelas ruas conhecidas e outras nem tanto da pequena vila. Caminhamos pelo litoral junto à costa, seguindo parte do percurso que fizemos da parte da manhã, mas agora com as atenções voltadas para outros que se aventuravam na embarcação. Encontramos uma esplanada de frente para o mar. Chapéus-de-sol por cima de nós, coca-colas frescas com limão presas à nossa mão, sorrisos, animação e uma boa conversa entre amigos fizeram as delícias da parte da tarde. São momentos assim, simples, e com esta carga de boas recordações, que me fazem querer viver intensamente a vida. Ela é senão para ser enchida com pequenos momentos que preenchem recordações. E ao olhar para trás, quero um dia poder dizer: “Vivi!” e alegrar-me com isso! O final da tarde aproximou-se lentamente. E sem perdermos a alegria rumámos à praia, sentir os últimos raios de sol a baterem quentes em cada pedaço de pele do nosso corpo. Tomamos banho e alguns de nós adormecemos. E ali ficamos até já não podermos mais… E para terminar o dia, nada melhor do que poder usufruir de Fados, numa noite quente da baía de Cascais, cantados alegremente pela fadista Ana Moura. Eram centenas as pessoas que, atentamente, fixavam os seus olhares na voz arrepiante que ali se encontrava à nossa frente. E assim como eles, deixámo-nos arrepiar. Uma e outra vez… num momento único como este, selado com fogo de artifício no final da actuação.
Descobrir a novidade na rotina foi, sem dúvida, descobrir pérolas nesta Cascais conhecida. O segredo é estar atento…

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