28.6.09

Nestas Férias De Verão Eu Irei

... Irei percorrer parte do Continente Africano, um local sempre com associação histórica à Andaluzia e ao desejo de se unir à União Europeia. Marrocos, é o país escolhido para partir em mais uma aventura.
... Irei com mais 3 amigos, dentro de um carro alugado, e percorrer quilómetros e quilómetros de estrada
... Irei percorrer a costa litoral: Tânger, Asilah, Rabat, Casablanca, El-jadida; e o interior: Marraquexe, Beni Mellal, Fez, Meknès, Chefchaouen e Ceuta.
... Irei conhecer as famosas medinas, a vida selvagem, os bairros típicos, o artesanato, a música, a fé islâmica baseada no Alcorão e na Suna, a cultura Berber, o calor insuportável e os desertos...
Enquanto o tempo passa e não passa, eu
... Irei ler tudo o que houver para ler,
... Irei estar em pulgas
... Irei ansiar para que o tempo corra mais depressa
... Irei fantasiar e sonhar
... Irei...

Cacela Velha, Um Ponto de Passagem Obrigatória

Duarante estes dias de estadia na Ilha de Tavira, aproveitamos para conhecer outros locais referenciados por amigos e de localização relativamente próxima. Um desses locais foi a Praia de Manta Rota.
Uma praia com uma enorme extensão de areia e com muito boas condições fazem as delícias de qualquer um que por ali passa. Mantem ainda algum do seu caracter original de terra piscatória, embora seja actualmente, um importante centro turístico. Foi, extactamente este aspecto "demasiado turístico" que me fez não gostar assim tanto da praia.
Na época alta balnear a visita a esta praia torna-se intensa. Há gente e mais gente. No passadiço sobrelevado que nos leva até ao areal fico estarrecido com o apinhado mar de gente que contrasta com a calmaria vivida na Ilha de Tavira.
A foto em baixo é exemplo da impossibilidade de estendermos a toalha de praia onde nos der na real-gana. É necessário ser preciso, matemático e até engenhoso para nos encaixarmos no meio daquela malha de chapéus de várias cores e de gentes esturricadas e abrasadas.
Saímos da praia um pouco antes do final do dia, pelo calor insuportável e pela insustentabilidade de ficar mais tempo a respirarmos na cara de desconhecidos, enquanto nos atiram bolas, e ouvimos, literalmente, as conversas das 5 famílias que nos rodeiam.
E de carro, fomos pelas estradas Algarvias a descobrir o desconhecido. Encontramos uma pequena aldeia chamada Cacela Velha. Um aldeia muito pequena, toda caida de branco, cujas casas ainda mantêm as tradicionais chaminés algarvias. A vista não podia ser melhor, estando parte da aldeia virada para a ria.
Parte do Forte de Cacela Velha com vista para a Ria
Chaminés Típicas do Algarve Alí logo à entrada da pequena aldeia encontra-se, de portas abertas, uma casa toda pintada de azul que nos convida a passar um final de dia em grande. Trata-se de um café-restaurante com boa decoração e óptima comida - tradicional da região -, denominado, como se havia de esperar "Casa Azul". Aqui fica o site para que possam, assim como nós, descobri-lo ao final de um dia de verão ou inverno. Vale a pena! Garanto-vos! -
A beber um chá gelado FABULOSO, a comer a tradiconal tarde de amêndoa, num ambiente descontraído, agradável e simpático, com matrízes mouriscas e com vários livros e revistas de viagens espalhados pelos cantos, faz-me abrir o apetite para começar a preparar uma viagem a Marrocos ainda durante este verão. O entusiasmo por conhecer Marrocos

Bóóóóóóóólinha!!!!!

A primeira vez que, em Tavira, ouvi alguém a berrar “Bóóóóóóólinha”, diga-se que fiquei um pouco estarrecido a olhar para o homem vestido de branco de guela aberta. Estava ainda em 4 águas para poder fazer a travessia de barco para a ilha de Tavira. Mas logo ali percebi algo de familiar. É natural e todos os que visitam a ilha conhecem o vendedor de bolas de Berlim (muitas vezes quentes, como eu comi). Para todos aqueles que um dia visitarem a ilha, já sabem:
- não se assustem e experimentem as bolas! São fabulosas!

Descobrir a Ilha de Tavira

Aproveito os feriados de 10 e 11 de Junho. Aproveito a sexta-feira cedida pelo trabalho. Tiro mais 2 dias de férias. E durante 5 dias, parto mais uma vez. Parto para descansar do dia a dia, do trabalho, da rotina. Retiro-me de tudo e de todos. Completamente. Porque preciso. É terça-feira e saio de manhã, de carro, em direcção à Ilha de Tavira, que desconheço na totalidade, mas que me é recomendada por alguns amigos a conhecer. No carro vai comigo também um amigo, a tenda, o saco cama, o fato de banho e a boa disposição.
Vista da Ilha de Tavira de "4 àguas"
Estacionamos o carro em 4 águas e a travessia até à Ilha de Tavira, rodeada pela Ria Formosa, é feita de barco cujos horários estão disponíveis até às 21horas. Anotamos também o número de telemóvel dos barcos-taxis num papel, no caso de alguma eventualidade após essa hora.
Travessia de Barco 4 àguas-Ilha de Tavira
A tenda foi montada em 2 segundos. Atiramo-la ao ar e ei-la pronta, faltando apenas as estacas. Depois de montada a tenda, de termos enchido o colchão e de termos preparado todo o estaminé necessário para a nossa estadia durante estes dias por Tavira, fomos fazer o reconhecimento do local. No dia seguinte tivemos de trocar de local porque a manhã emergiu-se quente, transpirante e fora do alcance da sombra da árvore do dia anterior! A rotação da terra dá nisto!
O dia está espectacular. Muito sol. Até em demasia, pela necessidade que tivemos de comprar geleiras térmicas e um chapéu-de-sol. Caminhamos um pouco mais pela praia para ficarmos sem aglomerado de pessoas à nossa volta, e aí, no meio da completa natureza de mar, areia, sol e ar, passamos o dia na maior descontracção que esperava encontrar: banhos de mar e sol, comida e barriga cheia, várias dormidas ao longo do dia, caminhadas longas pela extensão deserta de areia e todas as revistas de fofoquice lidas. Em grande!!!! Praia da Ilha de Tavira A praia da Ilha de Tavira está equipada com serviços de qualidade. Disponibiliza cinzeiros para os fumadores, recipientes para reciclagem, bares e cafés na praia de qualidade, com pufs e chapéus de sol, festas e concertos nocturnos, e por isso está cotada com bandeira azul e referenciada a nível nacional como uma das melhores praias de Portugal.
Os nossos finais de tarde foram passados, exactamente, nos pufs colocados na areia. A ler um livro e a beber um coca-cola fresca com direito a gelo, limão e palhinha. Á noite, depois do jantar envolto em melgas e mosquitos – onde fotos literalmente comidos! – jogámos matraquilhos e, claro está, saio sempre vencedor! (ou pelo menos quase… mas isso não interessa por agora!)
Pelos bares por onde andamos sou reconhecido por uma rapariga: a Marta. Esteve comigo, em casa da minha prima, numa festa de Santo António, há 2 anos atrás. Está também instalada no parque de campismo com a sua irmã Adriana. Vieram as duas passar estes dias a Tavira, como já vem sendo habitual. Todos os anos passam alguns dias de férias por esta ilha, que dizem elas, ser fabulosa, e como vou comprovando através dos dias que passam.
Andriana (esq.) e Marta (dir.)
Juntamo-nos numa mesa e pomos a conversa em dia, conhecemo-nos melhor, rimo-nos, estabelecemos amigos em comum, partilhamos ideias e projectos até desligarem as luzes do bar e o encerrarem. A sintonia foi tal que passamos os dias seguintes com a Marta e a Adriana em plenas palhaçadas, na praia, dentro de água e a rirmo-nos.
Uma dessas noites quentes de Tavira partilhadas em conjunto, foi vivida na praia a vermos as estrelas cadentes. Uma lua cheia e reflectir no mar calmo e tranquilo da noite. Sentámo-nos na areia de frente para o mar, e de costas na areia deitámo-nos a observar a imensidão de mundo. Uma e outra estrela cadente. E por entre a sua observação falámos imenso e estabelecemos uma amizade engraçada, fazendo-me crer sermos amigos já de longa data.
A observar as estrelas cadentes de Tavira com um luar fabuloso!
Ás vezes questiono-me como é interessante esta coisa da sintonia. Do nada encontras duas pessoas que partilham contigo estes dias. Vives intensamente com elas determinadas sensações. E é dessa sensação que trazes a ideia da magia de um lugar. Agora compreendo o porquê da maravilha das viagens. Para mim, os lugares só se tornam realmente interessantes quanto partilhas com alguém essas vivências. A imagem com que ficamos de um lugar está, então, intrinsecamente relacionado com a dimensão da vivência boa ou má com as pessoas com quem conhecemos nesse exacto momento.
E para mim, estas mini-férias na ilha Tavira irão ficar guardadas na minha memória. Assim que puder retornarei para procurar, novamente, todas as boas sensações que aí experenciei e vivi.

16.6.09

Os Limites da Amizade

É verão. Está um calor abrasador, e em pleno Alentejo parece que esse calor ainda se torna ainda mais insuportável. Para descansar, sentamo-no junto ao rio Guadiana, em Alcoutim, virados para San Lucar - Espanha.
E é aqui que tudo acontece! Os limites extrapolam a normalidade e tenho amigos meus que, face a um estímulo entram em estado pavloviano. Faltou-lhes salivar.
Valeu o divertimento e as risadas à grande de todos os que assistiram. Ficam aqui as fotografias para recordar!
O Medo A Histeria O Espanto
A Desolação
A Intriga
Sou Tão Fofo...
O Sexy de "Ana Mamalhoa"
E por fim, aqui estão eles, a serem como na realidade são!
A amizade é linda, não acham? ;)

3.6.09

Fim de Semana nas Minas de São Domingos

Ir a Mértola.
Descobrir as velhas minas abandonadas de São Domingos.
Descansar até tarde e aproveitar para mergulhar nas praias fluviais.
Um fim-de-semana completo.
E sem grandes custos.
Vai fazer quase um ano, no próximo mês de Agosto, que estive nas Minas de São Domingos, e só neste momento tenho tempo para poder descrever os bons momentos passados nela, sempre em boa companhia, junto de amigos e família.
Com alguma distância do tempo, olho agora para as fotografias que tirei e sorrio. Sorrio muito e sinto o quão divertido foi este fim-de-semana, aconselhando a qualquer um a passar por lá.
Os amigos de viagem
Instalados na margem direita do Rio Guadiana, Mértola é um bom exemplo do Alentejo no seu melhor. Toda matizada de pequenas casas brancas, pessoas simpáticas e muito para visitar. Por isso mesmo, e apesar de em Mértola o relógio parecer que anda mais devagar, tempo é coisa que não vai sobrar nesta proposta de fim-de-semana.
Vista da cidade de Mértola
Praia Fluvial do Pego Fundo, Alcoutim
De carro, fomos ao encontro da Cláudia e do Pedro que já estavam instalados, dias antes, na Pousada da Juventude de Alcoutim. Agarrámos neles e dirigimo-nos até à Praia Fluvial do Pego Fundo, em Alcoutim, uma praia fenomenal, de bandeira azul pela qualidade da água e equipada com as melhores infra-estruturas. Uma pequena represa construída num braço da ribeira de Cadavais forma um caudal de águas pouco mexidas, de temperaturas agradáveis, à beira das quais se pode passar um dia de refrescante descontracção, brincadeiras e risada geral. A rodear o caudal, um jardim com sombras, um campo de voleibol de praia, equipamentos para ginástica, parque de estacionamento, bar e balneários que incluem cabines de duche convidam a desfrutar um dia em família, pois além dos apoios balneares, esta praia é vigiada por um nadador salvador. 5 estrelas. Mesmo! As brincadeiras na praia fluvial Ao final do dia passeamo-nos pelo centro de Alcoutim, nas suas ruelas tortuosas que guardam "segredos" de outros tempos, precisamente por ter sido palco de muito contrabando, donde restaram para os dias de hoje grande amizades e laços culturais com os vizinhos espanhóis da margem esquerda do rio Guadiana que os dois povos partilham.
São Lucar del Guadiana, Espanha
Do outro lado do rio, ali logo em frente, encontra-se a nossa vizinha Espanha, uma pequena vila chamada São Lucar del Guadiana. Há tradição nestas duas terras (Alcoutim e S. Lucar) de realizarem as procissões e romarias em conjunto. Durante a nossa estadia estavam a ocorrer as festividades de verão. Nossa Senhora é adorada e atravessada de barco (pela inexistência de uma ponte já reclamada) para a outra margem (ou seja, para outro país!) e lá dão continuidade às festividades.
De um lado Portugal (onde estamos) e do outro Espanha
Nos dias seguintes, recomendados por amigos, aproveitamos para irmos até à praia fluvial das Minas de São Domingos, situado dentro do concelho de Mértola, a 18km do centro da cidade.
Considerada no século XIX um dos mais importantes centros de extracção de cobre da Europa. Hoje as minas estão desactivadas, como de resto acontece desde 1967, contudo, muitas pessoas continuam a visitar esta antiga comunidade industrial. Aqui tudo foi construído e pensado em função desta actividade. Casas, estradas, e até mesmo uma linha de caminhos de ferro, a primeira em Portugal. Por isso mesmo, ao chegar é inevitável um exercício de memória. A sensação é de se ter recuado no tempo, e é normal dar por si a tentar perceber como seria a vida desta aldeia há um século atrás.
Praia Fluvial das Minas de São Domingos, Mértola
A praia fluvial das Minas de São Domingos é algo extraordinário. Com uma extensão de água considerável, estendemos as nossas toalhas na areia que ali foi colocada para nos dar ideia de estarmos em plena praia. Nesse local, por baixo da sombra das árvores, descansamos e fugimos do sol tórrido existente em pleno verão alentejano. Uns aplicam-se na leitura de livros ou do jornal diário, enquanto outros aproveitam para dar uns mergulhos e praticar algum exercício através da prática de canoagem.
Um fim de semana diferente. A baixo custo: sem grandes despesas e com muito muito divertimento. Para quem não conhece recomenda-se, genuinamente. Para quem já conhece recomenda-se a divulgação e o retorno num fim de semana próximo. Lá nos encontraremos!