Estou no autocarro há mais de um dia. Esta noite foi difícil de dormir, muito apesar de ter sido o primeiro de todos a deitar-me no melhor local do autocarro: o chão! Mas mesmo assim, as curvas do motorista e a (quase) directa em cima, não me permitiram ter uma noite com, pelo menos, 1 hora de sono seguido.
A primeira paragem de todas faz-se em Zurique, onde aí aproveitámos algumas horas para conhecer a cidade.
Já tive a oportunidade de conhcer outras cidades Suiças. No entanto, neste país dos relógios, do chocolate, do queijo e da Heidi, Zurique é considerada uma das cidades com melhor qualidade de vida do MUNDO!!! E o que tem assim tão especial para poder ser assim considerada?
Zurique não tem só um bem-estar económico. Tem também um carácter cosmopolita e uma amálgama de influências que consagra esta cidade especial, envolta pela seu enorme lago Zurique. Aqui a maior parte da população anda de bicicleta onde puderá sempre estacionar, em qualquer lado, sem receios que a possam roubar.
Aqui há confiança. Pode-se sair à rua e observar famílias inteiras que se passeiam a pé ou em bicicleta, com crianças dentros dos cestos. Há famílias que se passeiam com os seus grandes cães pelas ruas e em todos os estabelecimentos comerciais eles são sempre bem-vindos. Aqui não há informações à porta a referir "proibida a entrada a cães". O mundo animal constribui, também, para a qualidade de vida dos moradores e por isso, são aceites sem restrições em qualquer lugar.
Percorrer Zurique a pé, quando se tem um par de horas para conhecer a cidade, é absolutamente obrigatório. Apesar de ser a maior cidade Suíça, possui um centro histórico e comercial que pode ser palmilhado em poucas horas. Foi exactamente, isso que fizémos. Sem ainda nos conhermos na totalidade, juntámos um pequeno grupo para calcorrearmos a cidade.
Um dos últimos locais que visitámos foi a estação central ferroviária, na intenção de comprar (como já é habitual) o meu íman de recordação. É a partir deste edifício grandioso que nasce a artéria principal - Bahnhofstrasse, famosa pelo número de lojas luxuosas. Percorremos a rua movimentada pelos seus eléctricos azuis, e pela sucessão de tentações ao redor, em direção ao Rio Limmat.
Igreja de S. Pedro
É aqui que se encontra o centro medieval animados por pequenas lojas locais, e os monumentos mais antigos, como a Igreja de São Pedro, datada do Séc. VII, à qual foi acrescentada, mais tarde, o que é considerado (ainda) o maior relógio da Europa.
Passando uma pequena ponte por cima do Rio Limmat, encontramos a famosa Catedral Grössmunster. Apesar de não termos tido tempo para entrar na Catedral, pudémos observá-la sempre presente em quase toda a cidade junto ao Rio.
Catedral Grössmunster
É deste lado do Limmat que permanecemos mais tempo, por isso, considero esta parte a mais descontraída de toda a cidade porque a maior parte das ruas estão fechadas ao trânsito automóvel. É por aqui que a grande maioria das pessoas vagueia de bicicleta, e se encontram as lojas de roupa em segunda mão, de objectos de design, de artesãos, galerias de arte, bares e restaurantes e pequenas livrarias.
Rio Limmat
Senti que em Zurique, apesar de ser a maior cidade da Suíça, não há assim tanto para ver. O essencial dela está e vive junto ao Rio Limmat. No entanto, gostaria de poder ter tido mais tempo para me poder perder por pequenos pormenores, cheiros, conversas, para assim poder sentir, verdadeiramente, o que é estar na cidade com maior qualidade de vida do mundo! Talvez um dia possa cá voltar e dar uma volta de bicicleta ou de eléctrico azul... Quem sabe?