17.10.07

I - Nicarágua: O Início de Uma Grande Viagem de Descobertas

É Primavera. Mas continua o frio, e hoje mais do que o normal. Lembro-me desse dia. Do dia de início de uma longa viagem interna, que culminou com a partida para Manágua, capital da Nicarágua, numa longa viagem externa, de 2 meses!!! Sento-me num banco do jardim, com o André Filipe, amigo do peito, ali mesmo em frente ao Campo Pequeno. Podíamos ter entrado para a superfície comercial. Mas preferimos ficar ali. Na rua. Nos bancos, onde vislumbrávamos carros num vai-vem doido, onde pessoas corriam de um lado para o outro, num sentimento frenético. Sorrisos zero. Também elas estavam frias assim como o tempo… E ali permanecemos horas, a conversar, sem que déssemos por isso. E anoiteceu por ali… E do que falámos nós? Simplesmente da vida! Dos sonhos. Daquilo que, realmente, queremos e que nos faz feliz. Daquilo que sempre sonhámos mas que nunca ousámos concretizar por medo, receio, ou simplesmente, porque nunca chegámos a parar, de certo modo, para pensar nisto mesmo. Porque temos medo, ou porque os outros resistem a qualquer mudança nossa e, certamente, vão achar que estamos loucos, ou que então não estamos a passar “uma boa fase na nossa vida”. E assim, perdemos o mundo… e deixamos de viver e de vivê-lo. Deixamos de sentir o sabor a liberdade, de sentir o sangue a correr nas veias, de sentir a adrenalina de sabermos que é esse o caminho que queremos trilhar. E aos poucos e poucos, se não nos determos, vamos deixando de viver. E vivemos apenas de acordo com o que a sociedade quer que vivamos… somente isso. Lembro-me, nesse dia, da rebelião de sentimentos em que te encontravas. Um pouco perdido, senti eu. Não sabias ao certo o que te dava prazer, onde querias estar, ou para onde querias ir… O trabalho não era certamente. A vidinha mais ou menos de todos os fins-de-semana ir para o bairro alto e beber uns copos, e de saber que na semana a seguir se iria passar o mesmo? Detemo-nos ali a questionar em tudo e a pensar… A partir desse mesmo dia, iniciaste então uma viagem interna, que ainda hoje estás a vivê-la. Mas noutros moldes. Uma viagem mais madura, onde estás a descobrir o essencial da vida: as prioridades e os valores do mundo. E estás a descobri-lo no fim dele… através da tua entrega aos outros nos bairros degradados de Manágua. Uma experiência idêntica à que experenciei, também, no continente Sul-Americanos, mais concretamente, nas favelas do Brasil…

2 comentários:

Anônimo disse...

So tu pra me surpreenderes assim... mais uma vez consegues a proeza de me fazeres sorrir e chorar ao mm tempo... Para que mais palavras?... Qd chegar a Portugal levas um abraco daqueles de partir os ossos..lol. Obrigado. Por tudo. Por mais do q aqui conseguiria dizer... Por te sentir tao perto mm qd estás do outro lado do Atlantico... Filipe

PrimaNocte disse...

Que fotos tão boas! Parabéns. E que viagem Fantástica.

Tal como eu gosto. Viajante não é turista.