28.11.09

Imploro

Esta é a imagem parcial do meu frigorífico.
Nele contem imans de recordação dos vários países e localidades por onde vou passando.



Já coleccionei t-shirts de várias cidades. Por ser mochileiro, nem sempre há dinheiro para comprar t-shirts, e além disso, nalguns países não encontro modelos que me possam ficar bem e noutros nem t-shirts existem à venda.

Já recolhi, também, separadores de livros comprados nos museus de cada cidade. No entanto, percebi que algumas cidades não têm museus...

Daí decidi coleccionar imans: são baratos, fáceis de transportar, e muito fáceis de encontrar em qualquer parte do mundo.

O problema emergente:
Faltam-me, portanto, imans de algumas localidades. Apenas fazem parte desta colecção as cidades e países que a partir de determinado momento decidi coleccionar.

Em falta estão, portanto, alguns países e cidades:
- Itália: Milão, Assis, Montecatinni, vaticano
- Alemanha: Bona, Dusseldorf, Colónia
- Bélgica: Bruxelas
- Eslovánia: Ljubljana
- França: Taizé, Cluny, Nice, Bordeux, Caen, Nantes, Mont-Saint-Michel, Vannes, Avinhão, Lourdes
- Espanha: Madrid, Saragoça, Monserrat
- Brasil: Barreiras, Salvador, Morro de São Paulo, Santa Rita de Cássia, S. Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Paraty

A solução:
Pedir a familiares, amigos, amigos de amigos, colegas de trabalho para que me possam trazer este pequeno lembrete das suas viagens. Pode ser??? Pleeeaaassseeeeee......

16.11.09

Gabão e Taiwan Cá Em Casa

Já vem sendo habitual chegar a casa e encontrar mais alguém a dormitar na minha sala. Cumprimento e com dois dedos de conversa tento perceber a motivação de cada um que vai chegando. Conheço um pouco da sua língua, do seu país e história. Conheço também outros países onde já estiveram presentes, e itinerários pensados. E se houver possibilidade damos a conhecer a nossa Lisboa, à beira-mar plantada.

Pelo programa do Couchsurfing, acolher um viajante na nossa própria casa, torna-se quase como que uma filosofia de, quem o experencia, saber colocar-se no lugar do outro.

Os últimos couchsurfers vieram do Gabão e de Taiwan.
Antinia vem do Gabão, embora esteja recentemente a estudar Design no Canadá. Com um sorriso estridente e uma curiosidade extrema cativou-nos, simplesmente.


Nós com a Antinia (Gabão) em pijama

De Taiwan chegou-nos o Sungyuan. Um jovem estudante de artes, gay assumido, que este cá em casa por 4 dias. Embora o tempo não tenha estado no seu melhor, ainda permitiu dar-lhe a conhecer o melhor do bairro alto até tarde. Conta-nos ele, que a melhor noitada que se faz na China é cantar-se Karaoke com os amigos. Por isso, por meia hora oferecemos-lhe uma entrada no palpita-me, onde cantámos até tarde, seguindo de bar em bar pelas ruas estreitas e cativantes da melhor noite de Portugal.


Antes da noitada com o Sungyuan (Taiwan)

Adorámos também o seu sorriso, e principalmente, os olhos completamente fechados quando se ria. E o que nós nos rimos com ele!!!
Que venham mais outros, para poder aprender a crescer com cada um deles. Adoro!

8.11.09

Viagem de Pura Diversão

Marrocos. Viajar. Juntos. Carro. Estrada. Receios. Norte. Desconhecido. Diferente. Cores. Paladar. Pobreza. Diversão. Caminho. Condução. Touareg. Boleia. Oásis. Deserto. Cascatas. Ramadão. Riad. Tapetes. Sul. Chá de Menta. Regatear. Gargalhadas. Fenomenal. Cansaço. Único. Praias. Oração. Litoral. Mapa das Estradas. Caganeiras. Perdidos. Burqas. Este. Pufs. Babouches. Minaretes. Antigo. Boa Disposição. Medinas. Piscina. Portugueses. Loucura. Multas. Gasolina. Calor. Branco. Oeste. Dirhams. Vida. Cultura Berber. Sidi Ali. Montanhas. Azul. Cidades. Mohammed. Macacos. Tempestade. Souks. Artesanato. Kasbah. Mesquita. Alegria. Rif. Mediterrâneo. Rir. Alcaçarias. Novo. Contagiante. Peles. Rua. Museus. Humor. Arriscar. Polícia. Vales. Rural. Sujo. Beleza. Vermelho. Aventura. Turismo. Palmeiras. Burros. Hena. Dromedários. Tenda. Risadas. Amigos. Árabe. Ferry. Trânsito. Entrega. Engano. Aniversário. Sensações.

As fotografias falam por si.
Valeu a pena. Tenho Saudades.












A Despedida

Depois de o último dia ter sido passado na praia, a última noite foi passada no nosso terraço, com vista para a cidade e para o mar. Tomámos banho e vestimos a roupa menos suja que tinhamos para esta ocasião especial.
Realizámos um jantar diferente com direito a guardanapos de papel resistentes! Levámos os tachos, panelas, e toda a lojística para o terraço da casa e aí pudemos comer uma óptima comida vegetarina. O sabor da refeição soube-nos a Portugal.
As saudades, prendem-se não só com o facto de terminarmos esta mega viagem. Mas sobretudo, prendem-se com o regresso ao nosso espaço e à nossa identidade. É aí, no nosso mundo, que percebemos a importância de partimos e viajarmos. Fazemo-lo para procurar semelhanças naquilo que é diferente.

Tânger: À espera do barco sentados na rua

Último Dia: A Saudade

Aproveitamos as últimas horas, do último dia de viagem, para estarmos entre nós.
Foram vários dias juntos. Vários momentos partilhados.
Sentimentos contidos e outros exteriorizados.
Foram caminhos percorridos em conjunto. Momentos únicos.
Momentos de estrada, de cultura, de receios, de entusiasmo, de felicidade, de encontros e descobertas.
Foram momentos de partilha individual com cada um.
Aproveitámos estas últimas horas para irmos para a praia, distante dos olhares turísticos de Asilah. A praia, praticamente, deserta fez destes últimos momentos, momentos de instrospecção. Não falámos muito entre nós. Lembro-me. Divertimo-nos na água. Muito. E retornámos para as toalhas onde apanhamos os úlimos raios de sol.
Não havia mais nada a dizer. A partilha faz-se também no silêncio, e por isso sei, exactamente, o que cada um pensava dentro do seu silêncio. Ás vezes não é necessário exteriorizar para que os outros saibam o que estamos a sentir. E alí, naquele preciso momento, eu sentia exactamente isso. Eu sabia, deste contentamento que cada um tinha nos rostos. Um contentamento de despedida. De uma viagem finalizada, depois de muitos meses pensada, investida, partilhada e, finalmente, vivida.
Sei, exactamente, que nas caras de cada um de nós estava estampado a palavra saudade.

Respirar Cultura

Não poderia deixar de realizar um post, exclusivamente, aos murais de Asilah. Até porque a cidade é conhecida pelos seus pintores que gostam de deixar a sua marca nas paredes.
Pelas ruas estreitas desta cidade facilmente encontramos vestígios de uma cultura fascinante, onde respiramos o seu dia a dia. Vale apena conhecer!
Mural dedicado a Portugal
Mesas Típicamente Marroquinas

Pelas Ruas e Muralhas

Asilah é uma excelente cidade para se estar depois de uma grande viagem. É esta a sensação que tenho ao estar naquele lugar. Poderia inumerar várias razões para argumentar isto que sinto, mas a sua simplicidade e beleza chega para a descever.
Esta pequena cidade de estilo andaluz está rodeada de muralhas. A sua centralidade situa-se dentro das próprias muralhas viradas para o mar. As ruas estreitas são pavimentadas ou caiadas, e alinhadas por casas com portas com madeira talhada pintadas de azul ou de verde.
Estar em Asilah, faz-me lembrar toda a envolvência de algumas pequenas cidades gregas, onde aí, também, o mar está presente, garantindo uma beleza ainda maior em toda a sua estrutura. Asilah tem uma tranquilidade genuína, mesmo quando nos emaranhamos pelos mercados.
As Ruas Estreitas
Nestes dias que aqui estive senti-me livre. Sem horários, regras ou convenções pude ser aquilo que realmente sou. Pude experimentar mais uma vez o sabor a liberdade, cujo sabor é único e que vicia qualquer paladar. Provar poderá ser perigoso, na medida que embriaga qualquer um a repetir a experiência de viver livre. E quem não gosta de o fazer?

7.11.09

Descanso em Asilah

Depois de todos os contratempos passados, conseguimos chegar, ao final do dia, à nossa última cidade, antes de partirmos para Lisboa. Decidimos permanecer em Asilah, por 2 noites, para podermos descansar, aproveitadando para dormirmos o tempo que quisermos e acordar sem despertador. Aproveitando, também, para recarregrar forças para o mundo do trabalho e para um período de tempo que se avizinha sem férias.
A Casa
Das poucas casas para alugar em Asilah, existentes na internet, descobrimos uma que nos agradou, pela sua localização de frente para o mar. Sem grandes condições, evidentemente, e sem nunca se comparar a uma Riad, escolhemos esta pela relação preço-qualidade.
A cozinha
A Sala de estar
Aproveitámos a casa para fazer as refeições e viver estes últimos dias sem grandes preocupações. Aproveitámos para nos divertirmos e jogar UNO até altas horas da noite, para nos esticarmos, literalmente, no sofá e ver os mais de 3000 canais existentes na mini-televisão existente na sala.
O Quintal
Sem grandes comodidades ao nível da higiene, encontrando vestígios de sangue nas toalhas e lençois DESCARADAMENTE imundos, conseguimos contornar a situação sem grandes preocupações. Fizémos desta pequena casa, a nossa casa nestes últimos dias, primeiramente para reviver acontecimentos vividos por Marrocos, observando as fotografias, e percebendo que tudo o que é bom acaba depressa, e posteriormente, para nos introduzirmos em terras andaluzas.
A vista do terraço - frente para o mar
A vista do terraço - para a cidade de Asilah

A Multa

Íamos em direcção a Asilah (norte), vindos de Casabalanca (sul). Sabíamos da existência de políciamento em Marrocos. Todos os amigos nos diziam o mesmo. Além disso, o próprio guia nos informava acerca disto...
Por isso, cumprimos SEMPRE à regra todos os limites de velecidade, principalmente, nas auto-estradas. Jamais ultrapassámos os 120 km/hora, muito embora, a vontade sincera e profunda, era carregar no pedal, nas estradas desertas percorridas. Mas não. Não o fizémos e cumprimos a lei. À saída da auto-estrada, distraímo-nos, e vemos um polícia a sair do meio das sebes e arvoredos e a colocar-se no meio da estrada, na intenção de nos mandar parar. Encostámos de imediato e sem resistência. A velocidade máxima permitida era 60km/h. O polícia mostra-nos uma máquina de controle da velocidade onde aparece apenas mais 10km/h. Pedem-nos 400 dirhams, pelo excesso de velocidade!!!! Ainda tentamos argumentar que estamos no final das férias e que já não temos muito dinheiro. Mas não... o valor é para ser pago! Até exigirmos um comprovativo de pagamento. Ora... o valor desceu para 200 dirhams, sem comprovativo! Dinheiro ao bolso do polícia, em pleno exercício das suas funções de corrupção... E viva África!!!!

Barrados Na Mesquita Hassan II

Percorremos quilómetros de estrada de Marraquexe em direcção a Casablanca. No caminho estivémos no limite de ficarmos sem gasolina. Com nervos seguimos em frente sem nunca dissimular o nosso humor. Apesar de todas as desgraças aparentes, foi curioso, termos mantido sempre uma boa gargalhada e disposição no momento certo.
Execução de Mayurásana em frente Mesquita Hassan II
Chegámos a Casablanca no ínicio da tarde. Decidimos não permanecer na cidade por muito tempo uma vez que tinhamos que realizar a viagem, no mesmo dia, até Asilah. Assim sendo, escolhemos apenas o essencial de Casablanca para ser visto. E, claro está, a Mesquita de Hassan II não poderia faltar.
A Mesquita de Hassan II é, considerada, a 2ª maior construção religiosa do mundo, depois da mesquita de Meca!!! Ao total são 9 ha, sendo 2/3 erguidos sobre o mar que se encontra alí mesmo ao lado... Com uma sala de oração onde cabem 25 000 pessoas e um minarete de 200 metros de altura tornam esta mesquita algo, excepcionamente, bela.
À chegada senti um espírito de monstruosidade religiosa. Algo de dimensões surpreendentes. Lembro-me de tentar captar esse sentimento com da minha máquina fotográfica, através de fotografias tiradas vezes sem conta, disparando para tudo o que é sítio. Mas sem dúvida o que me movia era poder entrar nela, e sentir todo este espírito. Lentamente vamo-nos aproximando da gigantesca porta de entrada, atrás de outros muçulmanos. Olhamos em frente e percebemos que algo se passava: 2 mulheres, de nacionalidade francesa, discutem à porta da mesquita com alguém que não as deixa entrar. A entrada é, exclusivamente, a muçulmanos. Elas e nós, nem queríamos acreditar. Com um mundo alí mesmo à nossa frente, apenas pudémos saborer o seu exterior... barrados por completo! As francesas ainda tentaram argumentar que se forem a Notre Dame, serão sempre bem-vindos... mas nem mesmo assim, com um discurso integrativo, nos fizeram participar de uma oração a Alá... Meu Deus, Meu Deus, perdoai-lhes porque eles nao sabem o que fazem!!!!

4.11.09

Apeados e Sem Gasolina

Depois destes dias em Marraquexe e zonas envolvente, decidimos retornar para o litoral, em direcção a Asilah, com paragem em Casablanca.
Já tinhamos lido algures no guia que, antes de realizarmos uma viagem, deveríamos abastecer o depósito. Contudo, não percebemos a razão de ser depois de todos estes dias em Marrocos. O carro ainda tinha gasolina e arrancámos, auto-estrada fora, em direcção a Casablanca.
Na portagem que dá acesso à auto-estrada retirámos o ticket. Nele constava, surpreendentemente, algo mais avançado do que em Portugal: a distância em Km entre as várias bombas de abastecimento de gasolina. A próxima bomba estaria a 40km dali. Ficámos mais descansados porque o nosso depósito ainda daria para mais alguns quilómetros.
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Passado algum tempo, encontrámos a referida bomba... mas por azar dos azares estava no sentido contrário. A indicação estava errada! Mas seguimos caminho. Ainda tinhamos algum combustível até à próxima bomba situada, aproximadamente, a outros 40 km.
A surpresa das surpresas...
O avanço tecnológico das indicações nos tickets saíu furado... a bomba indicada já estava desactiva há alguns anos, havendo sinais evidentes de degradação envolvente.
Agora sim... já com o carro na reserva parámos um pouco mais à frente junto a um carro de apoio. A indicação dada eraq ue a 20 km à frente haveria (talvez) uma bomba. Sem grandes certezas, tentámos mais uma vez.
Mas agora, na esperança de poupar alguma gasolina, desligámos o ar condicionado, fechámos os vidros do carro, e reduzimos a velocidade para 50km/hora em plena auto-estrada. A esperança de todos era também encontrar uma descida para podermos ir alguns quilómetros em ponto morto e pouparmos gasolina. Mas não. Não aconteceu...
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Com um calor infernal dentro do carro, olho para o Nuno, o Sérgio e a Vanda e vejo-os tensos. Eu também estou. Afinal... estamos em Marrocos, no meio da desertificação total onde não passam muitos carros. Enquanto avançamos lentamente, vamos registando no telemóvel os números de contacto de serviço de apoio que vamos observando nas bermas da auto-estrada.
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Sem esperança alguma, sabemos que vamos ficar sem gasolina. Mas ninguém o verbaliza. Na intenção de gravar este feito, retiro da mochila a minha máquina fotográfica para poder registar, em modo filme, este momento de solavancos atrás de solavancos....
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Eis que... observamos, a 2kms, a dita e abençoada bomba de gasolina!
À chegada fui capaz de "morfar" 1 tablete inteira de chocolate de uma só assentada...
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Nervos, são nervos!!! E apeado é que não queria ficar!
Foi por um triz....

Verdadeiros Oásis

Ouarzazate é, também, conhecido por ser uma cidade de paragem para todos aqueles que se querem aventurar em direcção ao deserto. É conhecido, também, pela beleza das suas Kasbahs. E, obviamente, conhecido pela diversidade de paisagens e de ambientes que se encontram em território marroquino.
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Desde desfiladeiros enormes, cavados por entre as montanhas rochosas, até à mais profunda aridez, vales imensos em que as populações continuam a viver de forma sumária, ancoradas no que lhes oferece a agricultura e a pastorícia, tudo isto – literalmente – lado a lado com verdadeiros oásis.
Falo de locais em que a água é fornecida pelos rios que correm nas montanhas, ou por lençóis de água subterrâneos, sendo que os inúmeros canais de rega a distribuem pelas hortas e pelos milhares de palmeiras, num verde imenso a contrastar com o avermelhado das rochas.
Aqui em Ouarzazate, já bem perto do deserto, existem milhentas palmeiras, e em todo o país calcula-se sejam mais de cinco milhões. Um oásis é fonte de vida e de subsistência para muitos marroquinos, pois é de cada um destes hectares que, anualmente, saem cerca de quinze toneladas de deliciosas tâmaras. Bela, imponente e inesquecível – é assim a paisagem para quem aqui chega pela primeira vez. O deserto está mesmo ali à frente...

Um Local Digno de Filme

Chegámos a Ouazarzate, e alí mesmo à entrada da cidade, encontrámos um cenário cinematográfico que aqui ganha sentido real, uma vez que Ouarzazate serviu de cenário a míticos filmes como Lawrence da Arábia, de David Lean, Sodoma e Gomorra, de Robert Aldrich, ou Um Chá no Deserto, de Bernardo Bertolucci, ou outros tantos como o Gladiador, Babel e Asterix e Obelix.
A verdade é que a indústria cinomatográfica tornou–se uma verdadeira fonte de negócio nesta região, levando mesmo à construção de um mega empreendimento, o Atlas Film Studios (que vemos na fotografia). Estes estúdios estão cercados por altas muralhas, “defendidas” por enormes figuras pseudo-egípcias de estilo hollywoodesco, numa área de 30.000 m2 de deserto e são o sustento de uma parte considerável de Ouarzazate.

A Boleia...

Estamos a 24 de Agosto em Marraquexe. Decidimos ir conhecer os Oásis do Sul, mais especificamente, a cidade de Ouarzazate. Fizémos mais de 4 horas de caminho para lá chegar por estradas impróprias, degradadas e outras em montanhas, em estradas curtas e apertadas. A viagem foi, decerto, HORRÍVEL, no entanto, expectante por ir conhecer os tão falados oásis...
Pelo caminho parámos algumas vezes pela insustentabilidade de continuar caminho por mais horas a fio sempre sem parar. Conversámos. Dormimos. Observámos. E voltámos a dormir. Esta viagem foi, sem dúvida, a pior de todas pelo cansaço já acomulado. Precisávamos de animação, para nos mantermos dispostos a ir conhecer os oásis.
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A 70 kms de chegarmos ao nosso destino, obervamos um carro parado no meio da estrada. Ao lado dele encontra-se um homem a gesticular. A Vanda e o Sérgio estavam a dormir. no banco de trás e o Nuno a conduzir. Sem receios peço para parar.
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Alguém no meio do nada tem o carro avariado sob um calor tórrido. Parámos. Acordámos a Vanda e o Sérgio para que este "nativo" pudesse junta-se a nós. Abre a porta de trás do carro e junta-se ao lado do Sérgio. Acabámos por dar boleia a um desconhecido!!!!!!!
Conversa puxa conversa (em francês) fomos descobrir um verdadeiro Touareg do deserto que agora viajava connosco! Nem queríamos acreditar que o tínhamos alí junto a nós, super bem-disposto. À chegada a Ouarzazate convidou-nos para tomar um chá a sua casa como forma de recompensa pela boleia dada. Mais uma gafe minha: esqueço-me de desclaçar os sapatos ao entar na sala. Ele fica a olhar para mim, e só depois de uma cotovelada por parte do Nuno é que me apercebo do erro cultural cometido.
Mas não foi, decerto, por isso que nos deixou de acolher na sua casa e nos concedeu toda a sua simpatia ao falar das suas expedições pelo deserto, mostrando-nos fotografias, ao mesmo tempo que nos serviu o chá de menta. Ficámos ali ainda por algum tempo a conversar, e ao mesmo tempo a descansar de uma viagem utra cansativa.
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Na despedida ensinou-nos a realizar os turbantes necessários para as expedições, como forma de protecção do calor do deserto. Adorámos a surpresa.
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Sem dúvida que ao desconficar jamais poderiamos experenciar toda esta simpatia... Valeu a boleia... nem que tenha sido pela animação de apenas 70 kms...