O que escrevo parece algo fanático, desmedido, louco, surreal e sem sentido. Talvez o seja para muitos. Para mim, faz um sentido brutal porque vejo a força da juventude com quem contactei a lutar por ideias nobres. A lutar por uma sociedade mais justa e equilibra, uma sociedade de respeito, de comunhão, partilha, entrega, doação, amor. Jovens que vêm dos quatro cantos da terra, todas as passagens de ano, para entrarem em contacto uns com os outros no sentido de se questionarem e questionarem, também, o sentido da vida, é algo de uma beleza e energia fascinante.13.1.08
I. Suiça Acolheu o 30º Encontro Mundial de Jovens
O que escrevo parece algo fanático, desmedido, louco, surreal e sem sentido. Talvez o seja para muitos. Para mim, faz um sentido brutal porque vejo a força da juventude com quem contactei a lutar por ideias nobres. A lutar por uma sociedade mais justa e equilibra, uma sociedade de respeito, de comunhão, partilha, entrega, doação, amor. Jovens que vêm dos quatro cantos da terra, todas as passagens de ano, para entrarem em contacto uns com os outros no sentido de se questionarem e questionarem, também, o sentido da vida, é algo de uma beleza e energia fascinante.II. - A Partida e as Holandesas com os Pés de Fora!
Aterramos em Genebra já de noite. Alteramos os relógios por mais uma hora, e dirigimo-nos para o “Hostel” que reservámos, uma vez que o acolhimento dos jovens apenas será feito no dia seguinte. Após o “chec-in” efectuado, dão-nos uma manta e um cartão a cada um para termos acesso aos quartos e casas de banho.
Por entre malas, mantas, mapas, cartões e bilhetes de identidade dirigimo-nos para a camarata reservada: uma “camarata mista” entre 6 a 12 pessoas. Entrámos, e apenas com a luz da porta entreaberta conseguimos vislumbrar alguns grandes pés, de número 45 (no mínimo), de fora das mantas azuis, dadas na recepção a todos os clientes. Percebemos que a nossa camarata estava cheia com mais outras 3 holandesas pezudas. O silêncio era tal, que não tivemos coragem para desfazer as malas. Deixámo-las no quarto e viemos para a recepção a rir no pretexto de comermos qualquer coisas antes de dormir. No entanto, o problema estava mesmo em saber como nos iríamos deitar sem fazer barulho e incomodar as intrusas que estavam no nosso quarto???? Bem, este era realmente o problema. O pretexto encontrado para não irmos imediatamente dormir foi outro: o ter de ir comer qualquer coisa antes.
Sentámo-nos nos bancos de madeira existentes na recepção do hostel, e por ali ficámos. Conversa puxa conversa, eu, a Cláudia e o Filipe conseguimos falar de tudo e passar por todas as emoções ao longo de todo o tempo que ali permanecemos. Rimos, em certos momentos. Emocionamos-nos, noutros. Foi o primeiro momento inicial da viagem de grande partilha. Ao longo dela seguiram-se outros intenso e fortes. Consegui acabar com todas as minhas barras energéticas numa só noite, até que, nos lembramos que estávamos a pagar um serviço e que não estávamos a usufruí-lo. Eram já 6 da manha!!! Tínhamos de nos ir deitar. O problema pôs-se novamente: como entrar no quarto sem uma única risada e sem acordar as estranjas com os pés de fora? A solução encontrada: descalçarmo-nos antes de entrarmos para o quarto, não acender as luzes, e dormir vestidos e sem lavar os dentes. “Boa noite” – dissemos nós, uns aos outros, mesmo antes de abrir a porta, com uma vontade de rir desalmada.
“Sorry… but the Breakfast is just until at 9 o’clock” - disseram as Holandesas, fazendo-nos acordar das poucas horas dormidas. Faço acordar, apressadamente, também a Cláudia e o Filipe. Tínhamos apenas 5 minutos para descer. Já vestidos, apenas tivemos de nos calçar. Sem a cara lavada, os cabelos penteados ou os dentes escovados, descemos as escadas bafientos, oleosos, mal encarados e malcheirosos, em direcção ao refeitório onde aí tomamos o pequeno almoço. O “Chec-out” era até às 10 da manhã. Por isso, banho? Para quê? Pegámos nas nossas malas e partimos então para o início do grande Encontro Mundial de Jovens!III. - A Família CLEMENT
A casa é uma vivenda de 4 andares. Pelos vários andares sente-se um grande investimento destes pais nos filhos. Têm pinturas e desenhos por todo o lado. Bonecos reciclados, aviões de papel pendurados, caixas e cores. É uma casa viva. Sem dúvida. Á entrada vislumbro um mapa-mundo e postais afixados na parede, vindos de todas as partes do planeta. Tomamos um chá inicial com a família para nos aquecermos dos graus negativos que estão lá fora. A família não é de falar muito. De certo, gostaríamos que fosse mais expansiva e mais entusiástica. Mas são suíços, e isso diz tudo. São acolhedores à sua medida. Disponibilizaram-nos um quarto para ficarmos e os pequenos-almoços durante todos os dias.
A família Clement é uma família “sui generis”. Adora também viajar, assim como eu. Conta-nos que quando mais novos percorreram também dias e dias de comboio para chegar até Portugal. Conhecem Lisboa e os Açores. Dizemos-lhe, no entanto, que Lisboa é uma cidade diferente daquela que viram há muitos anos atrás. Ficam contentes de saber e sorriem. Contam-nos também as suas estadias em África e pela Europa do Leste. Permanecemos algum tempo à conversa. Dizemos o que fazemos nas nossas vidas profissionais e, depois, a conversa fica por aí… Quando, por fim, se começa a falar do tempo, já sabemos que a seguir o silêncio se instala… Não será assim em todos os países e em todas as conversas? Sabemos, então, que é hora de subirmos, tomarmos um duche e preparmos-nos para conhecer o local do encontro e o centro da cidade.

IV. - Os Monstros de Renens
Atabalhoadamente corro para uma passadeira que dá acesso entre as duas platafromas. Oiço alguém a apitar e a acenar lá do fundo. Penso que não é comigo e por isso, olho para trás, e digo, alegremente, aos amigos que me acompanham para se despacharem, acendo-lhes também com a mão para virem mais rápido com medo de perder o comboio. Dois seguranças vêm ao meu encontro enquanto gritam desmedidamente. Cometo uma grande infracção sem perceber. Atravessar uma passadeira! Sei que com a pressa não li o letreiro ENORME no meio da linha que dizia “DO NOT CROSS THE RAILWAY LINES”. Sinto que me querem espancar. Gritam junto à minha cara com o dedo indicador em riste. Olho para a plataforma, e todos os jovens que ali estão fazem um silêncio fulcral na tentativa de saber o que se está a passar. Olho então para trás, para pedir ajuda aos meus amigos. Vejo-os de costas, do outro lado da plataforma a darem a volta por umas escadas subterrâneas. Estou só. Sem apoio. E dois monstros olham para mim como se fosse o maior criminoso do mundo. Encolho os ombros e penso para comigo: “Vê-se mesmo que esta gente não conhece a estação de comboios do Cacém!”
V. - Palexpo: Um Local de Simplicidade e Reencontro
Todos os que aqui trabalham são voluntários. Uns distribuem os sacos da comida, outros as águas, outros a comida, outros desejam simplesmente “bom apetite”. Em todos eles há uma alegria contagiante. Espalham sorrisos. E retribuímos também sorrisos. A comida??? Bem… é pouca, na verdade. Também não há pratos, nem mesas, copos, ou mesmo talheres. Quem se esqueceu de trazer os talheres de casa, partilha-os dos amigos. Somos práticos! A simplicidade reina. Sentamo-nos no chão simplesmente, e no chão comemos o que há: um pão, um ovo cozido, um enlatado de Raviolli, uma maçã, um chocolate e uma garrafa de água. 
Contudo, reencontro duas amigas Croatas, Mihaela e Ivana. Há 1 ano que nos conhecemos no encontro em Zagreb e que, a partir daí, temos vindo a partilhar tanto e a desenvolver a nossa amizade. Já conheceram Portugal depois disso. Mostrei-lhes o meu mundo, a minha terra em Outubro passado. Agora é o momento do reencontro. Mandamos mensagens. Combinamos um local mesmo ali na Palexpo. Vejo-as em pé, lá ao fundo à nossa espera. Por entre o maranhal de gente que ali se encontrava, corro para elas, e ali ficámos, entrelaçados, abraçados. E no silêncio, transmitimos tudo aquilo sentíamos uns aos outros. Recordo hoje esse abraço de uma amizade que sei que será genuína. Ana Galoviç, outra amiga croata, não pôde vir. No entanto, apesar de longe manda uma mensagem para o telemóvel: “I would so much like to be with you… but I have to work. I’m thinking of you all the time! Love and kisses. Ana! Say hello to everyone.”
Viajar é isto mesmo. É estabelecer relações. Muito para além do turismo, viajar é criar laços. É cativar, como nos diz o livro “O Principezinho”. Viajar é ver nos outros aquilo que somos na realidade. É vermos espelhados nos outros as nossas próprias forças e fragilidades. Afinal, viver não será mais do que partilhar? Creio que sim…
VI. - Genebra: Uma Cidade Multicultural e Ecuménica


Seguimos caminho. Dali partimos para o centro da cidade, e aos poucos e poucos percebemos que Genebra não é uma cidade de encanto. Não há nada que a caracterize de tão especial. Não há uma Torre Eiffel, um mosteiro dos Jerónimos, uma catedral imponente ou qualquer outro monumento único. Genebra é caracterizada pelo maior jacto de água do mundo, conseguindo atingir os 140 metros de altura. Algo interessante, de facto. Mas nada capaz de nos tirar o fôlego ou de nos deixar de boca aberta, em silêncio, simplesmente a apreciar tal beleza. Não. Genebra é diferente. É também caracterizada seu relógio feito de flores, que a cada estação são mudadas e transformado em novo relógio. Bonito de se ver. Mas mais uma vez, nada de especial.
Partimos então a essa descoberta, rumo ao protestantismo e ao ecumenismo. Mesmo no centro, escondida está uma das mais importantes igrejas protestantes: A “Igreja Evangélica Luterana de Genebra”. Entrámos no silêncio e na quietude contrastante com o sentimento de rua. Parámos por momentos a descansar. E, ali permanecemos durante algum tempo, num local único. Rezei um pouco. E em que se resumiu esse rezar? Bem… resumiu-se, simplesmente, a agradecer por tudo aquilo que sou. Por tudo aquilo que, diariamente, tenho a oportunidade única de presenciar e viver. Por casa dia que passa. Pelos amigos e família que tenho. Pela vida, e por poder dizer o quanto sou feliz. Sim! Sou-o. Posso dizê-lo, porque sinto-o!
Cathédrale Saint Pierre_Genebra
Após algum tempo, seguimos caminho… deixando-nos perder nas ruas da parte velha da cidade. Vislumbramos e compramos alguns “recuerdos” para trazer para os amigos de Portugal. E continuamos. Mais à frente, sentimos um verdadeiro movimento e aglomerado de pessoas. Seguimo-las. E damos de cara com a “Cathédrale Saint Pierre”. Um pináculo enorme sobressai por entre a sua composição. Apressadamente damos a volta, e expectantes ficamos ali a ver a sua envergadura. Uma Catedral fenomenal, cuja beleza é retirada pelo ruído e pelas pessoas que ali permanacem junto dela. São muitas, e por isso, decidimos não entrar, porque previmos ficar mais de meia hora na fila. Continuamos a calcorrear os passeios velhos desta cidade. Subimos ruas, descemos outras. Encontramos instalações culturais no meio da Praça Neuve. Seguimos a dentro pela “Promenade dês Bastions”. Tiramos fotografias. Rimos. Alegramo-nos. Pedimos que nos tirem fotografias para, como diz o slogan, “mais tarde recordar”. E assim é. Hoje recordo cada momento ao ver cada fotografia. Recordo cada pormenor e cada sensação que tive em cada fotografia tirada.
Promenade dês BastionsDeixamo-nos perder pela envolvência da cidade. Já está a entardecer, e contianuamos a caminhar. Sentimo-nos um pouco cansados. A Cláudia quer regressar. Mas insistimos para continuar a sentir o cheiro a frio que nos envolve. Queremos parar para beber um chá quente. Mas prosseguimos. Estamos um pouco perdidos, é certo. Mas e é quando nos voltamos de costas que nos deparamos com o esplendor de um monumento. Branca e de cúpulas douradas que sobressaem da altitude a que se encontra. Subimos as escadas em sua direcção, e ali mesmo, encontramos uma Igreja Ortodoxa Russa. Entramos, sem nos determos. E admiramos.
Igreja Ortodoxa Russa
Está prestes a iniciar uma celebração. É a primeira vez que iremos assistir a uma celebração Russa, e por isso, deixamo-nos estar por mais algum tempo, nem que seja, para nos aquecermos do frio, uma vez que não encontrámos, pelo caminho, nenhum café aberto capaz de nos servir um simples chá quente. A igreja é diferente. È uma igreja escura, muito pouco iluminada. Há inúmeras imagens e ícones espalhados pela sala. O ritual é beijá-los. Há espaços próprios para o fazer, sem permitir que a imagem fique estragada. Os celebrantes vão passando de imagem em imagem, beijando-as. Reparo que as mulheres estão todas com os cabelos cobertos por um pano tipo xaile. Muitos da assembleia estão em pé, porque as cadeiras são quase inexistentes. Os cânticos são vividos e cantados com uma intensidade capaz de nos arrepiar. Nunca chegámos a ver o pastor. Apenas ouvíamo-lo. O resto da assembleia ritualiza-se através do sinal da cruz feito, primeiramente, para o lado direito, seguindo-se uma grande vénia. Este sinal da cruz é feito repetidamente vezes sem conta, uma e outra vez. Por vezes sinto-me deslocado, até porque não estou a participar. Apenas observo, sem com isso, me tenha sentido alguma vez desconfortável. Estamos em silêncio e observamos algo único.
Foi, de certo, uma experiência que culminou o nosso dia e que o enriqueceu, de certa forma. Uma experiência de verdadeiro ecumenismo. Onde aprendemos que a fé está em toda a parte. Nesta cidade, sente-se e vive-se a fé. Genebra é um pólo do protestantismo, e a sua beleza reside essencialmente aqui. Quem, turisticamente, quiser vir conhecê-la terá que, necessariamente, visitar por dentro os ritos da fé e da história pertencente a esta cidade. Genebra não é uma cidade de turismo, propriamente dito. Genebra é ecumenismo.
Já está de noite. Regressamos a casa, de comboio. A família Clement espera-nos com um chá quente. Mas de “Genebra” a “Renens” é ainda, aproximadamente, uma hora de caminho. Sentimo-nos exaustos, deixamo-nos levar pelo cansaço. Simplesmente adormecemos.
VII. - O Desarranjo Intestinal Grupal em Lausanne
A fome começa a apertar e a barriga reclama. Após termos visto tudo aquilo que nos interessava, retornamos a descer para procurar um local para paramos por momentos e recarregar baterias. É Domingo, e a maior parte do comércio está fechado. É necessário, também, satisfazer os gostos dos três: um vegetariano, um carniceiro e uma esquisita que não pode comer quase nada devido ao delicado e frágil estômago que a menina tem. Fica com dores e faz dói dói.
Um restaurante aberto! Corremos esgazeadamente para ele a tal velocidade que era capaz de sentir os calcanhares a baterem no traseiro. Comida divinal, cheia de cores, cheiros, e sabores que fazem espumar qualquer um da boca. E este, é um restaurante que satisfaz os três: tem pratos para vegetarianos, carniceiros e esquisitos. Duas votações contra uma. A Cláudia acha que por ser, a peso, sairá um almoço caro. Nós não nos importamos de pagar um pouco mais por aquele repasto que está ali bem à nossa frente, em bufetes de self-service. Mas mesmo sendo dois votos a favor, saímos do restaurante à procura de outro mais barato. Ao fundo da avenida dei por mim ainda a olhar para trás e tentando balbuciar algumas palavras de imploração. Mas desisti.
Descobriram, entretanto, por entre ruas tipo “Martim Moniz”, um restaurante Kebab completamente vazio, indício claro de que só poderá ter um desfecho trágico! O homem que nos atendeu não falava uma pisca de inglês. Com a comunicação um pouco turva, o homem lá vai abrindo o pão com as mãos, mesmo sem as lavar, escolhe alguma alface encrostada e coloca-a dentro. Saboreia alguns ingredientes que vão caindo para o balcão e cuspindo para o lado outros tantos que não consegue engolir de uma vez só. Para finalizar o kebab esmurraça a minha comida com um só soco seco e valente fazendo espichar o molho escolhido. Com um sorriso entrega-me a comida num guardanapo e pede-me, descaradamente, 14 francos. Ainda tento contestar, mas encolhe os ombros dizendo que não me está a entender, afinal, não sabe inglês nem qualquer outro tipo de idioma. Acabo por ceder. De forma alarve e irracional alambazámos tudo em menos de 3 minutos. Lavamos as mãos, vestimos os casacos e os cachecóis, e de barriga cheia pomo-nos, novamente, em marcha em direcção a “Ouchy”.
Ouchy é a “estação balneária” de Lausanne, por se situar no litoral do “Lac Léman”, onde se pode desfrutar de toda uma vila percorrendo-a a pé. E percorremo-la. Sem palavras fotografava de forma compulsiva. Perdi-me da Cláudia e do Filipe. Caminhavam já mais à frente, enquanto ficava a deslumbrado com a paisagem. Um esplêndido lago com os Alpes todos cobertos de neve perfazendo um horizonte magnífico, e culminando com um pôr-do-sol indescritível. Algo paradisíaco que jamais esquecerei. Uma vista capaz de nos deixar “pedrados” pelo silêncio e quietude que me transmitiu. A beleza de uma realidade contrastante com a pequenez de um ser humano como eu que apenas quer crescer e aprimora-se dia a pós dia. Senti-me pequeno perante a imensidão dos Alpes, frios, gelados, que me aqueceram as vistas e preencheram por dentro.
Volto a encontrar os amigos já bem lá mais à frente. Partilhamos sentimentos e juntos presenciamos uma beleza única. Ali, sozinhos, apenas com uma pintura da natureza à nossa frente, sentimo-nos ricos por estarmos a viver algo de belo. Nenhum dinheiro nem riqueza do mundo pagariam a sensação. E sorrimos porque afinal somos uns sortudos, por estar neste local, a esta hora, neste mesmo dia, com esta luz e energia irradiante.
Mais tarde começa a escurecer, e por isso somos obrigados a retornar a casa. Já perto dela, na subida até ao condomínio onde se situa a nossa casa, partilhamos como nos sentimos. Supostamente a partilha deveria referir-se a sentimentos e estados de alma. Contudo, preferimos partilhar, primeiro, timidamente, que andamos mal de gazes. Todos concordam que andamos em completa revolução intestinal. Houve até quem confidenciou que os foi largando pelo caminho. A Cláudia diz que não consegue fazer tal proeza. Prefere guardá-los só para ela. Rimos até com a situação, chegando mesmo a vê-la um pouco mais inchada. Mas o grande problema que se põe é que iremos dormir todos no mesmo quarto com a porta fechada. O sortudo? Aquele que adormecer primeiro. A culpa? Dos Kebabes comidos à hora do almoço, no sentido de poupar uns míseros francos suíços. A revolução chegou… e casa de banho há só uma!!!
VIII. - Em Montreux Comi os Piores Crepes de Sempre
As pilhas da máquina acabam-se mais uma vez. Troco as pilhas apressadamente. Volto a tirar outra, e outra, e mais outra fotografia. Não consigo parar e separo-me, consideravelmente, da Cláudia e do Filipe. Este, é um momento meu. Só meu, onde pude fechar os olhos e amar-me, oferecer-me esta paisagem e este espaço para mim próprio. Uma oferta especial recarregador de baterias, de energia, força e poder. Afinal, viajar é, também isto. Cada vez que viajo amo-me um pouco mais porque desfruto de cada pequeno momento.
Estátua do Freddie Mercury_Montreux
Chegámos por fim ao Castelo, algo de uma beleza encantadora. Pela sua imponência isolado no meio de uma paisagem cega decidimos ficar sentados a apreciar a sua beleza, para além, também, de estarmos a precisar de descansar depois de vários quilómetros percorridos. Aproveitámos para comprar alguns “souvenir’s” e enviar alguns postais na caixa do correio, junto ao castelo para a família e amigos.











