13.1.08

III. - A Família CLEMENT

Dirigimo-nos para o local onde, todos os jovens seriam divididos por famílias de acolhimento. Famílias que, na sua simplicidade, disponibilizaram 2m quadrados de chão para podermos dormir durante os dias do encontro, e com eles podermos também fazer parte das suas vivências e ser seus “filhos” nem que seja por alguns dias. “Welcome”, “Bienvindo”, “Willkommen”, “Vítajte”, “Sveikiatvyke”, “Tere Tulemast”, “Laipni Lúdzam”, diz um dos cartazes de Boas Vindas a todos os jovens que aqui irão viver e experênciar dias diferentes de final de ano. Após termos feito o acolhimento inicial, soubemos que iríamos viver estes dias não lá muito perto do centro da cidade. Iríamos para uma família situada em “Renens”, a 1 hora de comboio de Genebra.
Meio perdidos por entre mapas, conseguimos encontrar a nossa casa. Situada num condomínio privado “Ch. de Mont-Robert”, a família “Clement” acolheu-nos com toda a alegria. Ela é composta pelo Jean-François, o pai, a Nicole, a mãe, a Ludvine, a filha mais velha de 18 anos, e a Anne, a filha mais nova, adoptada. É uma família com algumas posses económicas. A Nicole é enfermeira num serviço de pedopsiquiatria, num hospital da cidade. O Jean-François, político, trabalha na área do realojamento na Câmara Municipal. Fundou também uma instituição de Apoio Domiciliário para os idosos da sua região. A Ludvine, das poucas vezes que a vimos, soubemos que gostaria muito de aprender espanhol. A Anne, diferente de toda a família. Pele escura, dando ares de ser Boliviana, Argentina ou Chilena… Tem uma deformação no lábio (lábio leporino). E uma menina prendada: toca piano e sabe fazer doces e bolinhos muito bons. Nham, Nham… A família não nos contou muito acerca da Anne. Pensamos, no entanto, que tenha sido adoptada. Fazem ainda parte da família 2 gatos.

A casa é uma vivenda de 4 andares. Pelos vários andares sente-se um grande investimento destes pais nos filhos. Têm pinturas e desenhos por todo o lado. Bonecos reciclados, aviões de papel pendurados, caixas e cores. É uma casa viva. Sem dúvida. Á entrada vislumbro um mapa-mundo e postais afixados na parede, vindos de todas as partes do planeta. Tomamos um chá inicial com a família para nos aquecermos dos graus negativos que estão lá fora. A família não é de falar muito. De certo, gostaríamos que fosse mais expansiva e mais entusiástica. Mas são suíços, e isso diz tudo. São acolhedores à sua medida. Disponibilizaram-nos um quarto para ficarmos e os pequenos-almoços durante todos os dias.

A família Clement é uma família “sui generis”. Adora também viajar, assim como eu. Conta-nos que quando mais novos percorreram também dias e dias de comboio para chegar até Portugal. Conhecem Lisboa e os Açores. Dizemos-lhe, no entanto, que Lisboa é uma cidade diferente daquela que viram há muitos anos atrás. Ficam contentes de saber e sorriem. Contam-nos também as suas estadias em África e pela Europa do Leste. Permanecemos algum tempo à conversa. Dizemos o que fazemos nas nossas vidas profissionais e, depois, a conversa fica por aí… Quando, por fim, se começa a falar do tempo, já sabemos que a seguir o silêncio se instala… Não será assim em todos os países e em todas as conversas? Sabemos, então, que é hora de subirmos, tomarmos um duche e preparmos-nos para conhecer o local do encontro e o centro da cidade.

3 comentários:

Laise Clement disse...

olá, meu nome é Laíse Clement
gostaria de saber se vocês são do Brasil?
e se são quem você é descendente, e onde se encontram, não sei muito de minha minha família, só sei que é grande e não conheço nem metade, será que somos parente?
eu sou neta de Raul Clement

Laise Clement disse...

olá, meu nome é Laíse Clement
gostaria de saber se vocês são do Brasil?
e se são quem você é descendente, e onde se encontram, não sei muito de minha minha família, só sei que é grande e não conheço nem metade, será que somos parente?
eu sou neta de Raul Clement

Tantra disse...

Olá Laíse. Sou de Lisboa (Portugal) e eu não faço parte da família Clement. Esta família acolheu-me num encontro em que participei. Daí ter falado sobre ela.
Abraços