14.9.09

Levado Pelos Sentidos em Rabat

Rabat é considerada a "cidade branca", pela maioria das suas casas serem caidas de branco. Construída sobre o Rio Bou Regreg, Rabat é a capital administrativa e política do Reino de Marrocos, sendo a 2ª maior cidade depois de Casablanca.
Rue des Consuls-Rabat
Mesmo em frente ao nosso hotel fica a famosa medina. Atravessando-a chegamos até à Rue des Consuls que começa no mercado das lãs, coberta por um tecto de vidro muito peculiar.
Para quem vem de uma viagem e conhece outras cidades marroquinas, já nada nos estranha e tudo nos parece familiar: As roupas, os tapetes, as pessoas, a língua, a sujidade e a mendicidade, o cheiro, a desordem e a desorganização.... Tal como em todas as outras medinas, esta também está cheia e repleta de vendedores, mas que ao contrário dos anteriores, estes não estão muito habituados a regatear os preço.
A medina está cheia de gente. Nela andamos sem saber muito bem para onde. Atrevemo-nos, ao ponto, de andar sem guias que nos chulam à força toda para nos mostrar aquilo que poderemos descobrir sozinhos. Com esta aprendizagem, agarramos em nós mesmo e por ali caminhamos sem destino.

Chegamos à Rue Souika que é considerada a principal artéria que atravessa a medina e também a mais movimentada. Apinhada com todo o tipo de pequenas lojas que vendem sapatos, comida, rádios, cassetes, especiarias, peles, joias, tecidos. Há vendedores de sumo de laranja com garrafões às costas que vendem sumo ao copo. Há mendigos que se cruzam connosco e outros que se rastejam pelas ruas apinhadas de gente. Há pessoas que mal nos olham e viram a cara para o outro lado. Há vendedores de tartarugas, camaleões e de ratos enjaulados. Há de tudo um pouco...

Souk de tartarugas Souk de Camaleões
A sensação que tenho é de ter entrado num mundo de desperdício dos sentidos. Vejo cores vivas e garridas em tudo o que olho. Cheiro odores estranhos, fortes e agradáveis. Outras vezes cheiros nauseabundos quando cruzamos esquinas ou nos emaranhamos por becos mais recônditos. As apertadas ruas fazem com que as pessoas se toquem umas às outras. Sentimos o seu calor e a sua transpiração. Vejo tanta gente e passado 1 segundo tenho a sensação de já não me recordar da cara da pessoa que passou por mim. Uma e outra vez sem conta... A vida aqui é assim mesmo. É feita a correr. Esta é a sensação que tenho. Nas ruas há sempre música àrabe a tocar. Não tenho tempo para a escutar e deleitar-me com o sentido da audição. No souk seguinte oiço uma outra música com sons idênticos à do souk anterior mas num ritmo totalmente diferente.
Souk de Azeitonas
Souk de Livros
Quem vem a Marrocos fica, extactamente, com esta sensação... Que não consegue apreender tudo o que vê, sente, ouve, cheira, toca ou prova. Porque tudo é tão estimulante que não te dá tempo para desfrutar lentamente. E como isso seria bom... ah se seria...

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