Partimos então a essa descoberta, rumo ao protestantismo e ao ecumenismo. Mesmo no centro, escondida está uma das mais importantes igrejas protestantes: A “Igreja Evangélica Luterana de Genebra”. Entrámos no silêncio e na quietude contrastante com o sentimento de rua. Parámos por momentos a descansar. E, ali permanecemos durante algum tempo, num local único. Rezei um pouco. E em que se resumiu esse rezar? Bem… resumiu-se, simplesmente, a agradecer por tudo aquilo que sou. Por tudo aquilo que, diariamente, tenho a oportunidade única de presenciar e viver. Por casa dia que passa. Pelos amigos e família que tenho. Pela vida, e por poder dizer o quanto sou feliz. Sim! Sou-o. Posso dizê-lo, porque sinto-o!
Cathédrale Saint Pierre_Genebra
Após algum tempo, seguimos caminho… deixando-nos perder nas ruas da parte velha da cidade. Vislumbramos e compramos alguns “recuerdos” para trazer para os amigos de Portugal. E continuamos. Mais à frente, sentimos um verdadeiro movimento e aglomerado de pessoas. Seguimo-las. E damos de cara com a “Cathédrale Saint Pierre”. Um pináculo enorme sobressai por entre a sua composição. Apressadamente damos a volta, e expectantes ficamos ali a ver a sua envergadura. Uma Catedral fenomenal, cuja beleza é retirada pelo ruído e pelas pessoas que ali permanacem junto dela. São muitas, e por isso, decidimos não entrar, porque previmos ficar mais de meia hora na fila. Continuamos a calcorrear os passeios velhos desta cidade. Subimos ruas, descemos outras. Encontramos instalações culturais no meio da Praça Neuve. Seguimos a dentro pela “Promenade dês Bastions”. Tiramos fotografias. Rimos. Alegramo-nos. Pedimos que nos tirem fotografias para, como diz o slogan, “mais tarde recordar”. E assim é. Hoje recordo cada momento ao ver cada fotografia. Recordo cada pormenor e cada sensação que tive em cada fotografia tirada.
Promenade dês Bastions
Deixamo-nos perder pela envolvência da cidade. Já está a entardecer, e contianuamos a caminhar. Sentimo-nos um pouco cansados. A Cláudia quer regressar. Mas insistimos para continuar a sentir o cheiro a frio que nos envolve. Queremos parar para beber um chá quente. Mas prosseguimos. Estamos um pouco perdidos, é certo. Mas e é quando nos voltamos de costas que nos deparamos com o esplendor de um monumento. Branca e de cúpulas douradas que sobressaem da altitude a que se encontra. Subimos as escadas em sua direcção, e ali mesmo, encontramos uma Igreja Ortodoxa Russa. Entramos, sem nos determos. E admiramos.
Igreja Ortodoxa Russa
Está prestes a iniciar uma celebração. É a primeira vez que iremos assistir a uma celebração Russa, e por isso, deixamo-nos estar por mais algum tempo, nem que seja, para nos aquecermos do frio, uma vez que não encontrámos, pelo caminho, nenhum café aberto capaz de nos servir um simples chá quente. A igreja é diferente. È uma igreja escura, muito pouco iluminada. Há inúmeras imagens e ícones espalhados pela sala. O ritual é beijá-los. Há espaços próprios para o fazer, sem permitir que a imagem fique estragada. Os celebrantes vão passando de imagem em imagem, beijando-as. Reparo que as mulheres estão todas com os cabelos cobertos por um pano tipo xaile. Muitos da assembleia estão em pé, porque as cadeiras são quase inexistentes. Os cânticos são vividos e cantados com uma intensidade capaz de nos arrepiar. Nunca chegámos a ver o pastor. Apenas ouvíamo-lo. O resto da assembleia ritualiza-se através do sinal da cruz feito, primeiramente, para o lado direito, seguindo-se uma grande vénia. Este sinal da cruz é feito repetidamente vezes sem conta, uma e outra vez. Por vezes sinto-me deslocado, até porque não estou a participar. Apenas observo, sem com isso, me tenha sentido alguma vez desconfortável. Estamos em silêncio e observamos algo único.
Foi, de certo, uma experiência que culminou o nosso dia e que o enriqueceu, de certa forma. Uma experiência de verdadeiro ecumenismo. Onde aprendemos que a fé está em toda a parte. Nesta cidade, sente-se e vive-se a fé. Genebra é um pólo do protestantismo, e a sua beleza reside essencialmente aqui. Quem, turisticamente, quiser vir conhecê-la terá que, necessariamente, visitar por dentro os ritos da fé e da história pertencente a esta cidade. Genebra não é uma cidade de turismo, propriamente dito. Genebra é ecumenismo.
Já está de noite. Regressamos a casa, de comboio. A família Clement espera-nos com um chá quente. Mas de “Genebra” a “Renens” é ainda, aproximadamente, uma hora de caminho. Sentimo-nos exaustos, deixamo-nos levar pelo cansaço. Simplesmente adormecemos.
2 comentários:
Adorei seu blog !! Eu e meu marido fomos a Genebra neste último final de semana...Estava procurando informações sobre os nomes dos pontos turísticos que visitamos e encontrei seu blog !! Parabéns !!
Muito bom, estou indo a Genebra e nao sabia muito o que visitar e lendo esse blog ja me orientei um pouco. Queria saber onde tem um comercio bom para compras, pricipalmente chocolates.
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