Percorro a Rua da Ponte, uma rua estreita que antecede a passagem da Ponte Carlos, estando ladeada por uma série de casas renascentistas e barrocas de várias cores. Há 750 anos que esta mesma rua conduz o Bairro Pequeno ao Bairro da Cidade Velha através da famosa Ponte Carlos.
A Ponte Carlos é o monumento mais famoso de Praga, que atravessa o Rio Vltava, sendo a segunda ponte mais antiga de toda a República Checa!! A sua construção foi pedida pelo Rei Carlos com o intuito de unir e comunicar os 2 bairros, começando a sua contrução em 1357.
Esta ponte tem, na totalidade, 520 metros de comprimento e foi construída com blocos de grés (e diz-se que a arga massa utilizada foi impermeabilizada com ovos), por isso, originalmente, o nome da ponte era "Ponte de Pedra".
Antes de entrar, propriamente, na ponte subo ao cimo da Torre do lado do Bairro da Cidade Pequena, através de umas pequenas escadas que nos conduzem a um ponto priveligiado de observação da cidade.
Lá de cima consigo ver todos os bairros que compôem Praga. Atrás de mim, situa-se a muralha do castelo, a catedral e o bairro pequeno, já visitados. À minha frente, vejo os restantes bairros ainda por descobrir.
Fico com vontade de descer e percorrer mais rápidamente as ruas da cidade. Dalí de cima, consigo observar um emaranhado de casas, de telhados, de ruas estreitas e de muitos monumentos que se fazem sobresair nesta teia de cidade. São monumentos grandes, astuciosos, magnânimes e com um sentimento de carga histórica enorme, e agora percebo o porquê de Praga ser chamada a "cidade das 100 cúpulas".
A vista do Rio Vltava e da cidade, de cima da Torre
Mas há uma estátua que não nos é indiferente. Paramos e vemos outros turistas ali parados. Dizem-nos que é a Estátua de S. João Nepomuceno, o mesmo santo que estava na Catedral. Os relevos por baixo da estátua representam o martírio de S. João Nepomuceno.
Conta a lenda que S. João era confessor da rainha de Praga. Foi feito prisioneiro porque recusou-se a contar o que a rainha lhe havia dito no confessionário. Quando ele continuou a honrar o segredo da Confissão foi torturado e atirado no Rio Vltava, em Praga. Símbolo do nacionalismo da Boémia e símbolo do sacramento da Confissão. Morreu queimado, atado numa roda e depois atirado de uma ponte no Rio Vltava, a 20 de março de 1393. Diz a tradição que na noite de sua morte sete estrelas ficaram a rodar acima do local onde foi afogado.
A imagem do santo está completamente polida, brilhante, porque as pessoas tocam-lhe para dar sorte. Sem acreditar, mas por superstição, espero pela minha vez para também tocar na imagem enquanto me rio da figura que faço. Afinal... e porque não?
Um comentário:
Parabéns pelos testemunhos incriveis que escreves-te. As tuas palavras preencheram o Guia que estou a elaborar para a minha ida a Praga :) Obrigada!
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