11.4.09

As Igrejas de Kutná Hora: Pertencentes à UNESCO

Kutná Hora, esta pequena cidade a 66 km a leste de Praga viveu um longo período de decadência económica com o fim da exploração de prata da região no século XVII e, um pouco graças a isso, ainda mantém seu conjunto arquitetônico gótico e barroco completamente intacto.
Uma caminhada em direção à Igreja de Santigo e à Catedral de Santa Barbara, a dez minutos a pé do centro da cidade, é uma das melhores maneiras de vivenciar a atmosfera melancólica da cidade, que faz parte da lista do Património Histórico da Humanidade, da Unesco.
Igreja de Santigo (1330)
No entanto, um dos pontos altos do passeio à Kutná Hora é Catedral de Santa Bárbara (padroeira dos mineiros), que começou a ser construída em 1380 por Peter Parlers e só foi finalizada mais de 500 anos depois, em 1905.
Este meio milénio de construção veio conferir-lhe um estilo gótico único, iniciado durante os tempos áureos da mineração e finalizado quando a cidade já não tinha mais a expressividade de outrora. Com a chegada dos jesuítas em meados do século XVII, o interior da catedral foi remodelado ao estilo barroco, mas ainda assim, a maior parte de seu gótico fora mantido.
Catedral de Santa Bárbara
A riqueza de detalhes da Catedral impressiona: são vitrais gigantescos, um órgão de mais de 25 metros de altura e um altar ricamente decorado. Curioso é que no tecto, não existe qualquer fresco que remeta a Deus e aos diversos santos, como acontece em diversas igrejas católicas. Os frescos ali são brasões da realeza, salpicados em meio às nervuras das abóbadas, que demonstra a força da nobreza no território Checo.
Tecto da Catedral
Ao lado da catedral, está a “Ponte Carlos” de Kutna Hora, que foi construída em alusão à de Praga. Bem mais modesta que a original, mas não menos bonita, ela conduz-nos ao centro histórico da cidade, com suas belas ruas medievais. Em meio a elas ainda está a fonte de água mais antiga da cidade, com sua imponente construção gótica do século XIII.
O regresso a Praga, durante mais de uma hora, fez-se novamente de comboio. Reparo que as carruagens estão lotadas na sua capacidade de transporte. Há gente jovem e outros menos jovens pelo corredor.
Tentamos arranjar um pequeno espaço no corredor para regressar a Praga, tentando durante o tempo de regresso queimar o tempo da melhor forma. Uns leêm, outros observam a paisagem com a cabeça quase fora da janela, numa brisa fresca capaz de arrefecer bastante a temperatura do corpo, e eu, sento-me no chão, com as pernas encolhidas no corredor por impossibilidade de as esticar. Ali fico numa sensação de que estou num perfeito inter-rail onde várias nacionalidades se misturam numa mesma viagem.
O corredor apertado do comboio

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