12.4.10

Já Cheira a China!

Estou, neste momento, no avião. O dia já vai tarde e a sentir-me cansado.
Já fiz escala em Frankfurt, e irei parar em Pequim, para uma nova escala. Depois viajarei até Hong Kong, e ainda terei de efectuar a travessia de ferry até Macau onde a Marta e o marido – o João – estarão à nossa espera.

Sim, disse “nossa”, não por engano. Trago comigo o Nuno, um grande amigo meu, que já partilhou comigo outras tantas viagens conjuntas, umas a sós, outras com família e amigos. Ele que também adora viajar e, principalmente, conhecer e aprender novas línguas, não cabe em si de contentamento. É verdade, estamos os 2 em “pulgas” para realizar mais esta viagem.


Trazemos connosco um dossier organizado por pequenas pastas com alguns roteiros a realizarmos pelo sul da China. Traçámos Macau, Gaungzhou, GuiLin, Yangshuo e Hong Kong. O plano está pronto, não querendo dizer que poderá ser alterado por qualquer motivo.

Trazemos connosco um guia e muitas páginas impressas da internet de alguns vocábulos e frases chinesas, incluindo a transliteração e os próprios caracteres chineses, isto porque, a nossa grande preocupação, mais do que nos perdermos, é sem dúvida, a falta de comunicação. Sabemos que na China, muito poucos são os que falam inglês. E os que falam, fazem-no de forma macarrónica. Por isso, viemos apetrechados destes adereços que se tornam essenciais para pedir indicações: nem que seja, de forma muda, a apontar com o dedo indicador em riste para as folhas impressas, a um qualquer transeunte.


Cheira já a China. Olho à minha volta e vejo apenas gente “diferente” de mim. Chineses dormem ao meu lado no avião com características peculiares. Mal se sentaram calçaram uns chinelos brancos que me deram um ar “invejoso” de também querê-los calçar. Lêem jornais repletos de caracteres, e que, por mais que espreite para o lado, sou incapaz de perceber uma única palavra.

Resigno-me e reler a minha revista “Visão” já rasgada e a ouvir as músicas chinesas medonhas que têm à disposição no avião “Air china”, unicamente com a utilidade de abafar o ruído de um avião “velho e podre”. Cheira a china porque cheira-me, verdadeiramente, à loja dos 300 dos chineses em Portugal. Será pura coincidência? Todos sabemos bem este cheiro característico de borracha. Quando compramos uma mochila, uns tuperwares ou até uns chinelos de praia. O cheiro é o mesmo: A China! Quem nunca o sentiu?

(escrito a 31.03.2010)

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