19.4.10

Forte do Monte


Mesmo ali ao lado das Ruínas de São Paulo, encontramos indicações que nos conduzem até ao Museu de Macau. Sempre numa direcção ascendente, por umas escadas rolantes chegamos ao denominado Forte do Monte, situado no topo da colina a Este das Ruínas.
Forte do Monte

Também este foi construído pelos Jesuítas, entre 1617-26. Os canhões que ali se encontram disparam apenas uma vez, quando, em 1622, os holandeses invadiram Macau. No entanto, anos mais tarde, o mesmo forte tornou-se residência governamental. Em 1835 um grande incêndio destruiu os edifícios do forte, o colégio e a igreja da qual apenas permaneceu a fachada de pedra.

Museu de Macau - Forte do Monte

Ao longo das décadas que se seguiram as árvores foram crescendo nos terrenos do Forte que foi transformado em parque público, actualmente, muito popular para residentes e turistas pela beleza panorâmica que dali se desfruta, trazendo-me à memória a semelhança com o Castelo de São Jorge e a sua magnífica vista sobre a cidade de Lisboa.

Deixo-me maravilhar por esta vista de emaranhado de telhados e prédios, de luxo e pobreza, num contínuo olhar de constrastes. É linda a vista. Mas na verdade, dou por mim a pensar na preferência da vista de telhados e prédios  da minha amada Lisboa. Sinto falta do Tejo e de uma boa esplanada! (que aqui não há!)

A vista panorâmica de parte da cidade de Macau

(02.04.2010)

Tudo a Seco!

São camarões, peixes, frutas, doces e sei lá mais o quê! Enquanto caminho pelas ruas daqui venho-me a aperceber que as comidas vendem-se todas a seco. E o cheiro? Disgusting!!!!


(02.04.2010)

O Centro da Cidade

Depois da nossa chegada de ontem a Macau - já com algum cansaço acumulado pela viagem realizada - hoje aproveitámos para descansar um pouco até mais tarde. Fizemo-lo porque estávamos seguros de que poderíamos, mesmo assim, conhecer por completo a cidade. Afinal temos connosco a Marta que, por ser aqui residente, se disponibilizou a mostra-nos a sua actual morada.

Da parte da tarde, metemo-nos pelos transportes públicos a dentro e embrenhámo-nos pelo centro da cidade. Andámos por uma das avenidas principais de Macau, a Avenida Almeida Ribeiro, muito embora a maior parte da população conheça pelo nome chinês de San Ma Lo.

Largo do Senado e calçada portuguesa

Esta é uma rua movimentada, cheia de gente e prédios. A meio dela encontramos o famoso Largo do Senado, cujo pavimento do Largo é todo coberto por uma calçada tradicionalmente portuguesa, onde nele podemos encontrar um apinhado de gente. Aqui encontramos, também, a biblioteca em estilo antigo português, a Santa Casa da Misericórdia Portuguesa (estabelecida em 1568 – a obra de caridade europeia mais antiga da China) e os serviços de turismo.

Igreja de São Domingos

Seguimos a norte pelas ruas, agora mais estreitas e sempre, sempre repletas de pessoas. A meio caminho, encontramos a Igreja de São Domingos, que data do século XVII. Tem uma fachada imponente, e um passado violentamente dramático. Em 1644 um oficial do exército que apoiava os espanhóis contra os portugueses foi assassinado no altar desta igreja durante uma missa.

Marta na Rua de São Paulo

Seguindo pela Rua de São Paulo, por entre outro emaranhado de mar de gente, facilmente conseguimos ver ao fundo o mais conhecido ex-líbris de Macau: as Ruínas de São Paulo. A fachada é o grande altar que a escadaria dá acesso, convidando todos os fiéis à meditação sobre as grandes verdades do Cristianismo, preparando-os para a oração e para a celebração eucarística no interior do templo.

Fachada das Ruínas de São Paulo

Desde o ano de 1565 que os Jesuítas aqui chegaram a Macau, enveredando uma política de difusão do Cristianismo que privilegiava o encontro e a simbiose das culturas ocidental e oriental com forte incidência na acção educativa e missionária. No entanto, em 1762 com a expulsão dos Jesuítas, este templo ficou devoluto. Mais tarde, em 1835, um incêndio acabou por destruir quase todo o complexo monumental. Recentemente, após algumas obras de recuperação (entre 1990 e 1995), iniciaram as visitas para permitir dar a conhecer a todos os visitantes esta cultura cristã em terras budistas.

15.4.10

Adição Chinesa: Casinos


Em frente ao "Grand Lisboa"

Tenho descoberto, neste único dia que apenas estou por aqui, que as pessoas vivem nos casinos! Há tantos e de várias formas e feitios, que levam aos clientes a suprirem todas as suas necessidades, quaisquer que sejam elas. Ou seja,

- Se estamos cansados, descansamos nos casinos!

- Se estamos contentes, festejamos nos casinos!

- Se queremos festa, convivemos nos casinos!

- Se estamos com fome, comemos nos casinos!

- Se queremos sexo, há prostitutas aos pontapés nos casinos!

- se não temos mais nada para fazer, vamos para os casinos!


Sim, esta é a lógica de todos os chineses daqui. Como já tive de comer, de descansar, de conviver e de festejar… já me resignei, e já conheço boa parte dos casinos de Macau!

(e sem eu querer, senti-me MUITO imbuído no espírito e já gastei algumas patacas no jogo… OPS… ADIÇÃO CHINESA?)

Ementas Difíceis de Decifrar

14.4.10

No Dia Em Que Vomitei...

Depois da peripécia que nos aconteceu no aeroporto de Pequim, acabámos mesmo por ficar sem o nosso visto. Por isso, estando um pouco preocupado com o facto, tentamos solucionar o problema com a maior rapidez possível, uma vez que hoje é sexta-feira, depois fim-de-semana, e na segunda-feira é feriado aqui em Macau.

Mesmo sendo sexta-feira, conseguimos encontrar uma espécie de consulado aberto no dia de feriado. É verdade. Sorte a nossa! Pagámos mais 30 euros por um novo visto que nos dará acesso de entrada para a China. Problema resolvido!

Simulação do acontecimento a ser contada aos amigos

Esta manhã levantei-me um pouco mal disposto. Talvez tenha sido a adaptação culinária da comida daqui. Algumas náuseas no autocarro até chegar a este “consulado”, fez com que tenha ido, literalmente a correr, com uma mão na boca e outra no estômago, para a casa de banho do serviço consular dar uma brutal vomitadela.

Desculpem-me estar a partilhar isto convosco, mas tenho-vos a dizer que os cogumelos chineses saíram como entraram. Intactos! São difíceis de digerir.

Promessa feita (com os dedos cruzados e a língua encarquilhada): nunca mais os hei-de comer!

Culto do Luxuosamente Bom


Colocamos as malas em casa da Marta, tomamos um duche, e pouco depois saímos com ela. Leva-nos a jantar com outros amigos portugueses, na ilha de Coloane. Ouça-a falar pela primeira vez em cantonês. “M’coi” – diz ela um “se faz favor” em cantonês para a empregada que nos atende. É, sem dúvida, uma sensação estranha, mas encantadora.

Ficamos por aqui, por mais algum tempo, a actualizar a conversa. Mas esta é prolongada, posteriormente, nos bares da Avenida Dr. Sun Yat-Sem (na ilha de Macau) que fica de frente para a estátua da deusa de Kun Lam – um dos poucos locais com bares. Estes não têm nada de especial. Mas é aqui que, frequentemente, se reúne a população mais jovem das redondezas para tomarem uma cerveja TSINGTAO.


Bares da Avenida Dr. Sun Yat-Sem

Connosco estão também outros amigos da Marta e do João. Com eles ficamos a saber um pouco das suas vidas e o motivo da sua residência na ilha de Macau - que residem, principalemnte, nas regalias financeiras. Compreendi que a taxa de desemprego em Macau ronda apenas os 2%, que alguns ordenados podem ser chorudos, e que no ramo turístico-hoteleiro necessitam sempre de pessoal para trabalhar a troco de umas boas patacas. Uma verdadeira tentação? Talvez… mas duvido que algum dia trocaria Portugal por qualquer outro sítio, mesmo em tempo de crise. Para mim, viver sem a proximidade dos amigos, da família e da minha rede de suporte social à qual estou apegado seria, para já, impensável.


Em Macau vive-se com algum dinheiro. É certo. Mas a prova viva de uma ilha rica, é a existência de alguns espaços de verdadeiro luxo. Por todo o lado que vamos, facilmente, encontramos grandes casinos e hotéis e outros em construção. Macau, decerto, terá ainda uma grande evolução, porque observa-se empreendimentos poderosos a surgirem a, quase, cada esquina que cruzamos.

Um dos exemplos vivos é o Hotel “MGM Grand Macau”, próximo à rua dos bares onde estávamos, cruzada com a Avenida 24 de Junho. Mal entrei tive a sensação de não pertencer a esta realidade.

Na entrada o chão é, totalmente, coberto de uma carpete felpuda de várias cores, cuja sensação é quase orgástica. Deveras, à saída, tive mesmo, mesmo, mesmo para me descalçar para poder experimentar pisar e sentir, verdadeiramente, esta extensão alcatifada. Mas contive-me (Foi difícil, acreditem). Contudo, parte do chão que não está alcatifado, está de tal forma polido que nele se reflecte tudo.


Mas, verdadeiramente, fascinado fiquei quando numa “pequena” praça dentro do hotel encontrei a fachada da estação ferroviária do Rossio, da Casa dos Bicos e alguns prédios conhecidos da nossa Lisboa. Segundo o que me informaram é aqui, neste espaço, que se realizam festas de passagens de ano que são muito conhecidas por estas bandas, aqui em Macau.

Para quem pode, certo? 

A entrada do MGM Hotel

Praças do Hotel com fachadas de edifícios portugueses

O Abraço Desejado na Chegada a Macau


Mal chegamos a Hong Kong, realizamos a compra do bilhete para o ferry-boat que nos levará até Macau pelo preço de 215HKD cada. A viagem demora, aproximadamente, 45 minutos até lá. Mas durante esse tempo sinto o meu coração apertado. Olho lá para fora várias vezes sempre na tentativa de saber se estamos perto da chegada.

Travessia de ferry-boat Hong Kong-Macau (TurboJet)
A Marta sempre estará à nossa espera? Como reagirá ela? Qual será a primeira coisa que lhe vou dizer assim que estiver com ela? Como estará ela? Passam-se muitas questões na minha cabeça, enquanto realizo esta pequena viagem. Esta ansiedade é inerente a qualquer outra pessoa comum que saiba, exactamente, o significado da palavra amizade. Saudades. Sim. Sinto saudades de outros tempos da faculdade e quero voltar a senti-los durante os dias em que estivermos juntos

Á chegada a Macau a Marta não está à nossa espera. Telefono-lhe e diz-me que vem a caminho. Dispara, novamente, a ansiedade. Aguardo-a por mais algum tempo olhando para todas as entradas que o ferry dispõe na tentativa de a ver primeiro.


Findo algum tempo, o Nuno diz-me: “está ali a Marta!”. Redirecciono o meu corpo na sua direcção. Olho-a. Vejo-a super sorridente, como sempre, com a mala do trabalho pendurada na mão, na nossa direcção. Tiro-lhe uma fotografia e retribuo-lhe o sorriso contagiante. Vou também na direcção dela, e sem serem necessárias palavras, digo-lhe tudo o que sinto num puro e apertado abraço de amizade. Saudades!

13.4.10

Em Pequim: Perder o Avião

Saímos em Pequim, do avião vindo de Frankfurt, sabendo que tínhamos apenas 1 hora para tratar da transferência da bagagem e da realização do check-in para embarcarmos rumo a Hong Kong, porque em Lisboa a menina do check-in não conseguiu, por incompetência – soubemos mais tarde-, mandar a nossa bagagem directamente para Hong Kong… Para ela o nosso muito obrigado!!!

Apesar do pouco tempo que dispúnhamos, desconhecíamos por completo a imensidão do aeroporto de Pequim: 4 andares gigantescos, corredores enormes, gente por todo o lado, táxis, autocarros e metros dentro do próprio edifício.

Agarrámos nas bagagens e corremos rumo ao 4º andar, na tentativa de realizar atempadamente o check-in. À chegada, indicam-nos que já fechou e que teríamos de ir em direcção ao avião, presente na porta de embarque E52, e que, muito possivelmente, já não teríamos tempo para o apanhar: “the time is not enough” – balbuciou a simpática funcionária da Air China.

Corremos por entre aquela gente, com as bagagens às costas. Pedíamos licença em várias línguas, de forma desesperada, na tentativa de nos tentarem deixar passar o mais depressa possível. Não queríamos e não podíamos perder este avião!

No posto fronteiriço, a polícia barra-nos por completo. Não pela falta de tempo, mas por não termos preenchido o documento de entrada no país. Dizemos que já o entregámos quando passamos pelo posto anterior quando fomos tentar realizar o check-in das bagagens. Não querem saber, e alí à pressa, preenchemos outro documento, o que nos faz ter 1 entrada na China, quando o nosso visto é, precisamente, de apenas uma entrada. Penso: “estamos tramados”. A nossa viagem terá de ser reformulada e não poderemos entrar mais nenhuma vez na china. Mas este problema fica para depois.

Apesar de a polícia nos desejar uma boa viagem, quase nem lhes consegui agradecer. Só pensava na possibilidade de perder o voo. Com isto tudo, tinha passado 1 hora. E o avião iria partir a qualquer instante. Agarrei no passaporte, no bilhete de avião, nas bagagens e pus-me a caminho.

No entanto, desta vez, fomos barrados pela polícia que nos apreendeu as mochilas. Pelo facto de não termos colocado as mochilas no check-in por já estar encerrado, levámo-las connosco tal como nos tinham informado. De um momento para o outro vejo-me rodeado de polícia chinesa à minha volta. Uns fazem-me perguntas, outros revistam-me a mala. Outros ainda conversam suspeitosamente entre si, fazendo-me sentir um verdadeiro criminoso ou terrorista da ETA. Retiram-me todos os meus produtos de higiene pessoal e as 2 garrafas de vinho do porto para oferta às famílias que nos iam acolher. Lá se foram os presentes e lá teremos nós que ir às compras, se quisermos andar cheirosos (ainda estou para ver como vamos conseguir decifrar aqueles hieróglifos: em vez de champô, ainda compro azeite!). Arrumamos à pressa as malas desarrumadas pela polícia. Ainda consegui ouvir o Nuno a dizer à mulher polícia para provar o vinho do porto que ficou retido na alfândega. “Vai gostar, e não se vai arrepender” – diz ele de forma irónica.

O meu pensamento é sempre o mesmo: “por mais que corramos, já não vamos ter tempo! Iremos perder o avião”. Mas mesmo assim, corro por ali a fora. Á nossa frente aparece um pequeno carro de passageiro a disponibilizar os seus serviços. “Nem quero acreditar” – pensei eu. “Até são simpáticos. Vão levar-nos à porta de embarque E52”.

Aeroporto de Pequim

Faz-se 2 acelaradelas no carro e compreendemos que a simpatia de ver 2 gajos esbaforidos, com problemas de tempo para apanhar o avião, resume-se a alguns trocos. “Não temos moedas, nem dinheiro” – gritamos nós, saltando quase em andamento do carro. Voltamos, mais uma vez a correr com a mala às costas. Vejo as indicações “E05-E60” e sigo as setas. A nossa porta de embarque não deveria estar longe. Pelos corredores gigantes de Pequim corro loucamente, sempre agarrado ao meu passaporte e ao meu bilhete de avião. “Não quero perder o voo. Não quero”. Corro cada vez mais depressa, e vejo passar as portas de embarque E05, E06, E07, E08… mas já não consigo correr mais. Desisto por completo. “Até chegar à E52 são quilómetros!!!!!”… abrando o passo e espero pelo Nuno, que vem com a mala torta, quase que a coxear e rosado nas faces de tanto galgar.

Vejo um atalho que diz “E52-E53” que nos indicam para descermos por umas escadas rolantes. Já desistente, desço por elas e que vai dar directo ao transporte de autocarro que nos levará ao avião. Mostro o meu bilhete e a minha língua saída da boca, com um pouco de saliva à mistura e desejam-me boa viagem em chinês. AVIÃO ÉS MEU!!!!

12.4.10

Já Cheira a China!

Estou, neste momento, no avião. O dia já vai tarde e a sentir-me cansado.
Já fiz escala em Frankfurt, e irei parar em Pequim, para uma nova escala. Depois viajarei até Hong Kong, e ainda terei de efectuar a travessia de ferry até Macau onde a Marta e o marido – o João – estarão à nossa espera.

Sim, disse “nossa”, não por engano. Trago comigo o Nuno, um grande amigo meu, que já partilhou comigo outras tantas viagens conjuntas, umas a sós, outras com família e amigos. Ele que também adora viajar e, principalmente, conhecer e aprender novas línguas, não cabe em si de contentamento. É verdade, estamos os 2 em “pulgas” para realizar mais esta viagem.


Trazemos connosco um dossier organizado por pequenas pastas com alguns roteiros a realizarmos pelo sul da China. Traçámos Macau, Gaungzhou, GuiLin, Yangshuo e Hong Kong. O plano está pronto, não querendo dizer que poderá ser alterado por qualquer motivo.

Trazemos connosco um guia e muitas páginas impressas da internet de alguns vocábulos e frases chinesas, incluindo a transliteração e os próprios caracteres chineses, isto porque, a nossa grande preocupação, mais do que nos perdermos, é sem dúvida, a falta de comunicação. Sabemos que na China, muito poucos são os que falam inglês. E os que falam, fazem-no de forma macarrónica. Por isso, viemos apetrechados destes adereços que se tornam essenciais para pedir indicações: nem que seja, de forma muda, a apontar com o dedo indicador em riste para as folhas impressas, a um qualquer transeunte.


Cheira já a China. Olho à minha volta e vejo apenas gente “diferente” de mim. Chineses dormem ao meu lado no avião com características peculiares. Mal se sentaram calçaram uns chinelos brancos que me deram um ar “invejoso” de também querê-los calçar. Lêem jornais repletos de caracteres, e que, por mais que espreite para o lado, sou incapaz de perceber uma única palavra.

Resigno-me e reler a minha revista “Visão” já rasgada e a ouvir as músicas chinesas medonhas que têm à disposição no avião “Air china”, unicamente com a utilidade de abafar o ruído de um avião “velho e podre”. Cheira a china porque cheira-me, verdadeiramente, à loja dos 300 dos chineses em Portugal. Será pura coincidência? Todos sabemos bem este cheiro característico de borracha. Quando compramos uma mochila, uns tuperwares ou até uns chinelos de praia. O cheiro é o mesmo: A China! Quem nunca o sentiu?

(escrito a 31.03.2010)

A Amizade: O Porquê da China

Mais uma vez estou de partida. Desta vez, partirei para um pouco mais longe. Irei viajar durante 13 dias pelo sul da China.

A Marta Bucho, uma colega da faculdade, que neste momento vive e trabalha em Macau entusiasmou-me a ir visitá-la. Não poderei, claramente, dizer que não a vejo há algum tempo. O ano passado, durante o verão, estive com ela a partilhar algumas vivências, aquando da viagem dela a Portugal. Contudo, jamais houve tempo para estarmos, efectivamente juntos, tal como no tempo da faculdade. Sei, no entanto, que as coisas já não são como eram. Ambos crescemos. Mas sei que esta amizade que nos unia, em tempos áureos académicos, mantêm-se. Sinto-o. E é por isso mesmo, que partirei.

Durante 3 dias irei para Macau. Ela irá dar-me a conhecer a sua terra. Aqui cresceu, apesar de ser mais portuguesa que outra coisa qualquer. Mas regressou na tentativa de poder ter um futuro diferente daquele que se adivinhava se continuasse em Portugal. Ela irá passear comigo, como nos velhos tempos. Iremo-nos rir e matar saudades. Iremos recordar pessoas e acontecimentos. Iremos, novamente, estar tão próximos como outrora. E só por isso, sinto-me já feliz, a sorrir, enquanto escrevo este post e a sentir o coração a ansiar por vê-la: sei que estará sorridente ao ver-me chegar e de braços abertos para me acolher!

(escrito em 31.03.2010)

Próxima Viagem...

...pelo Sul da China...
- Macau
- Guangzhou
- GuiLin
- Yangshou
- Hong Kong

A Tradição...


Nesta pequena cidade, onde o frio reside, é comum os casacos de peles e os gorros tradicionais para o frio.

É comum um sorridente “Dzién Dobry” (bom dia) aos que passam e na despedida um “Do jutra” (até amanhã).

É comum a vodka, principalmente se for em grandes quantidades,

E é comum andar-se nestes pequenos e velhos carros. Há de várias cores! Adoro!

A Praça Antiga de Poznan

Ok, sei que Poznan não é um dos locais mais visitados pelas pessoas, mas quem vem e conhece a cidade, é surpreendida! Poznan é uma cidade industrial. Não tem muito para ver, embora seja rica a sua história.

Poznan tem uma larga população de estudantes, o que tornou a cidade com uma atmosfera agradável nos seus imenso bares e ruas.

Sem muito tempo para a conhecer culturalmente, apanho um dos eléctricos tradicionais até ao centro e inscrevo-me no Workshop “Conhecer a cidade” que o encontro de Taizé tinha à disposição para todos os participantes. Fui e gostei do que vi.

Os eléctricos de Poznan

A maior parte das atracções da cidade são centradas à volta do Stary Ryneck (a praça antiga).

Esta praça tem uma característica peculiar: cada lado tem 140m cada, estando rodeada de casas típicas de várias cores que dão um ar muito pitoresco por quem lá passa. Foram casas habitadas por antigos artesãos, músicos e pintores da época, permanecendo a maior parte delas intactas na II Guerra Mundial. Apenas algumas delas forma reconstruídas, especialmente aquelas que têm telhados em triângulo, do estilo barroco e renascentista.

Actualmente, da parte debaixo das arcadas, existem lojas de comércio para turistas que vendem pequenas lembranças.

Stary Ryneck de Poznan


Contudo, a construção dominante na praça é, sem dúvida, a fachada da Câmara Municipal, datada de 1560, após 10 anos de trabalho de construção. Todos os dias, às 12h em ponto, as portas da pequena torre no topo da fachada abrem-se para mostrar 2 cabras de metal (símbolo da cidade de Poznan), marrando uma na outra.

Câmara Municipal de Poznan
 
Contudo, a construção dominante na praça é, sem dúvida, a fachada da Câmara Municipal, datada de 1560, após 10 anos de trabalho de construção. Todos os dias, às 12h em ponto, as portas da pequena torre no topo da fachada abrem-se para mostrar 2 cabras de metal (símbolo da cidade de Poznan), marrando 12 vezes uma na outra.
 
Isto porque, conta a lenda que quando o construtor do relógio da fachada da Câmara Municipal concluiu o seu trabalho, quis mostrá-lo aos vereadores da cidade. Enquanto preparava uma festa oficial, a cozinheira descuidada queimou um pedaço de carne, por isso ele decidiu roubar duas cabras a fim de as matar. No entanto, conta-se que estas fugiram para o cimo da torre da câmara municipal. Os visitantes da cidade avistaram-nas a marrarem uma com a outra sobre a torre da Câmara, e assim, os vereadores da altura encomendaram um mecanismo adicional de cabras.
 
É decerto uma história interessante, igual à do relógio de Praga. Mas a verdade é que se ajunta uma multidão de turistas todos os dias só para verem o espetáculo de cabras cornudas...
 
Igreja Paroquial de St. Estanislaus

 
Junto à praça central, facilmente, encontramos a Igreja Paroquial de Santo Estanislaus, uma das mais monumentais igrejas barrocas na Polónia. Esta basílica tem 3 naves e o seu interior é, ricamente, decorado com esculturas, estuques e pinturas, como podemos ver na imagem acima. Na abóbada da nave encontra-se uma pintura que mostra episódios da vida de Santo do santo que dá nome a esta igreja.
 
Poznan é uma cidade pitoresca. Fascina pela diferença.
Vale apenas visitá-la se estiverem por lá perto!! ;)

Na Zdrowier!: Casa Animada na Passagem de Ano

Tradicionalmente, as minhas passagens de ano são sempre diferentes, uma vez que são vividas dentro do espírito de Taizé. A celebração da própria passagem de ano, ocorreu num espaço disponibilizado pelos bombeiros voluntários da região de Kórnik. Nada de interessante, como devem calcular. Sem grandes luxos, pois a simplicidade é a palavra-chave para estas festas.

A festa ocorreu como o esperado, onde cada país apresentou algo tradicional. Nós, os Portugueses, mostrámos o melhor do fado e dançámos o “apito comboio” – sucesso total perante o resto da estrangeirada.


Rimos e dançámos até suarmos as camisolas. Festejámos por 2 vezes a passagem de ano. Uma na hora local polaca e outra, uma hora depois, na hora portuguesa.

No entanto, o interessante da festa foi o retorno a casa. Não que a festa não tenha sido agradável. Na verdade foi. Mas a festa interessante estava para vir depois.



Chegámos a casa por volta das 2h30. Tínhamos à nossa espera toda a família para prosseguir as festividades. “Pão e vinho” sobre a mesa, seria um lema português. Aqui, na polónia, será mais “Vodka em cima da mesa e dentro da guela”. Sim, porque esta gente está completamente habituada a beber!

Quando disse que não bebia, o pai de acolhimento faz uma carícia na minha cabeça com a sua mão e balbuciou algo em polaco para o resto da família que ainda hoje estou para compreender. Mas percebi o sentido… uma pequena gozação… Não me importei!

Mas a festa foi excepcional. Desde karaoke polaco, a guitarradas, a conversas animadas até altas horas, sempre acompanhada em Vodka, claro está!

“Na Zdrowie!” – dizíamos nós durante toda a noite, numa tentativa de celebramos um verdadeiro “Cheers”, em inglês, ou um “Tchim Tchim” na nossa língua.

Na Zdrowie!

A Vida em Kórnik

Como disse em posts anteriores, ficámos alojados, aproximadamente, a 1 h do centro de Póznan. O pequeno vilarejo chamado Kórnik, não tem mais do que uma avenida principal, uma igreja, um bar, e umas outras lojas de roupa como as da nossa mãe de acolhimento.

Durante o tempo que aqui permanecemos, a neve foi-se acumulando nos passeios e nas estradadas gradualmente. Kórnik, por não ser um centro cultural ou turístico, tornou-se para mim um lugar incrível de conhecer, por estar toda completamente pintada de branco. E a sua magia, reside aqui. Kórnik é linda quando neva. E eu tive a oportunidade de vê-la com e sem neve!

Castelo de Kórnik

Kórnik tem apenas um único monumento: um castelo situado junto a um parque lindíssimo. Por ali nas redondezas, dizem que está assombrado. É uma possibilidade, mas não acredito!


O parque onde está situado o castelo é ainda de dimensões tais capazes de me fazer perder, se andasse por aqui sozinho. Vaguei-o e percorri-o pelos menos três vezes. E sempre acompanhado. A primeira das vezes, vim com a Maria, a filha mais nova, que nos veio dar a conhecer a sua pequena terra, logo no primeiro dia que chegámos. A segunda vez, vim com outros jovens de Taizé que ficaram também em Kórnik acolhidos. A terceira vez, foi um passeio de despedida.


As nossas “irmãs” de acolhimento vieram aqui connosco antes de partirmos para Lisboa. Quiseram dar-nos a conhecer pequenos locais excepcionais dentro do parque e contar-nos algumas histórias de quando eram pequenas. Para elas, este local é, também, mágico porque tem história. Fazem lembrar-lhes de momentos em que saltavam vezes sem conta os portões para virem aqui passear. Outras vezes, vinham simplesmente para pensar na vida. De dia ou de noite. 

O Lago (congelado) de Kórnik

Mesmo ao lado deste parque, atravessando uma pequena estrada, encontramos o lago de Kórnik. Hoje, ele está completamente congelado. Vejo algumas pequenas embarcações retiradas do local, e alguns aventureiros em cima do lago gelado.




Acredito que esta tenha sido a primeira vez na vida que tenha visto um lago congelado. Nunca o antes o fizera. E acreditem, achei um “must”! Apeteceu-me patinar por cima dele, como vi outros a fazerem-no. Mas o receio de que algo não corresse pelo melhor, fez de mim um ser mais sensato nesse momento! Assim, apenas o apreciei. Grandioso e imponente. E adorei o que vi.