10.8.09

As Vistas Saem Caro!!!!

Depois de alguns dias na ilha do Faial, chegamos de barco até à ilha de São Jorge, atracando no porto das "Velas". Após termos alugado o carro, deslocamo-nos até ao nosso parque de campismo, situado na "Calheta".
Junto à recepção, olho para dentro do parque de campismo, e não vejo ninguém.
- "Será possível que não esteja NINGUÉM a acampar???" - Questiono.
Tento perceber junto da recepção o motivo. Referem-nos que a partir do mês de Setembro, o turismo no Açores não é tão concorrido quanto os meses de Junho a Agosto. Então compreendo.
Mas olho com mais atenção para dento do parque ...
e vejo que ao fundo, bem junto à parede e colado à zona de mato, encontra-se aí uma pequena tenda montada e escondida.
- "Afinal, não iremos ser os únicos do parque" - penso.
2008 - Ilha do Faial - A vista fabulosa da tenda
Contudo, sem pensar muito e perante uma beleza natural que se dispõe à nossa frente, com o oceano altântico e a ilha do Pico no cruzar do horizonte (ver foto em cima), montamos a tenda no centro do parque de frente para a imensão; numa paisagem idílica, única e impensável poder existir tal facto. Acredito que hotel nenhum, de 5 estrelas, apresente, através das suas janelas, esta paisagem que via ao, simplesmente, abrir e fechar a tenda.
Depois da primeira estadia no local, o dia tornou-se cinzento. Não estranho, porque afinal, já me tenho vindo a habituar que aqui no Açores poderá fazer as 4 estações do ano, durante o mesmo dia. Ao final do dia, eu e o Paulo vamos jantar uma sopa e uma sande de queijo numa taberna próxima ao parque de campismo.
No retorno, percebemos que o dia cinzento tinha-se, então, tornado numa tempestade. Com as lanternas em riste, saímos da taberna a correr , em direcção à tenda, para tentarmos não nos molharmos em demasia. Lembro-me de sentir a chuva cada vez mais forte. E apressamos as passadas.
No caminho dirigimos o feixe de luz das nossas lanternas para a tenda ainda longe. Alguma coisa se passa. E corremos por causa da chuva. E junto dela deparamo-nos com a tenda COMPLETAMENTE devastada pelo temporal.
Atónitos e com os olhos esbugalhados, retiramos tudo o que tinhamos dentro da tenda, numa pressa desenfreada, depositando as roupas molhadas, os colchões e sacos-cama dentro dos balneários.
Com a tenda ESTRAÇALHADA, e na impossibilidade de encontrar um alojamento, decidimos, então, fazer do carro de aluguer a nossa casa durante os restantes dias na ilha. A higiene pessoal começou a ser feita nas casas de banho públicas e em pleno mar alto! Foram, sem dúvida, dias de cumplicidade máxima...
Agora percebo o porquê dos outros campistas terem montado a tenda num local refundido. Afinal... as vistas sairam-nos bem caro!!!!

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