6.8.09

A Caminhar Sobre Vestígios de Vulcões

Esta imagem é uma das mais impressionantes que já consegui captar... a diferença entre o àrido e a vida. A azul do mar e o cinza da terra. Constitui a Ponta dos Capelinhos - Faial. Considerada um dos principais cartazes turísticos do Faial, esta "desértica" ponta foi palco da mais recente erupção vulcânica verificada na ilha, e nos Açores, em 1957-58. Inicialmente surgiu uma ilhota que veio a juntar-se a terra firme, criando um cabo com escarpas de centenas de metros.
Hoje ainda é bem visível os prejuízos causados pelas cinzas vulcânicas que cobriram e soterraram casas, campos de cultivo e o próprio farol que servia de orientação à navegação marítima que passava ao largo. Na fotografia a baixo podemos obervar, exactamente, parte das janelas e portas do farol cobertas.
No museu dos capelinhos, existente perto da zona, na freguesia do Capelo, é-nos facultado o relato de todos os acontecimentos que se deram durante o período em que o vulcão esteve em actividade. Uma coisa que me impressinou no museu foi saber que parte da estrutura do farol soterrado foi aproveitado para a construção do museu. Assim, o museu fica debaixo das cinzas. Algo impressionante! O Paulo, um ponto minúsculo, em direcção à Ponta dos Capelinhos Todas as pessoas que se encontravam na visita guiada ao museu dos capelinhos, após o término da visita, foram-se embora. Debaixo de chuva intensa e torrencial, e sem qualquer pretecção que nos ajudasse a não ficar tão encharcados, seguimos fora do museu em direcção à ponta dos capelinhos. Lembro-me de estar a caminhar, cansado, escarpas acima, e cada vez mais a chuva parecia não querer parar, cainda cada vez com mais força. Guardo a minha máquina fotográfica na bolsa de protecção, mas as imagens que consegui captar lá de cima, essas sim, estão gravadas dentro da minha memória, por serem de uma beleza INDISCRITÍVEL. Os restantes que não se aventuraram, por medo da chuva ou da dimensão do vulcão, não soube o que não viveu!
De uma beleza única, e sem muito tempo para a desfrutarmos, voltamos a correr pelas veredas abaixo, devido à tempestade então criada. Em direcção ao carro estacionado ainda longe, com as roupas encharcadas, e o vento e chuva na nossa direcção, dificultava-nos a saída, tendo demorado algum tempo até ao carro.
Molhados, entramos dentro do carro, limpámo-nos, e dirigimo-nos até casa para tomarmos um duche quente e bebermos um chá de menta.
Ainda hoje, olho para a fotografias com saudades. No momento, não temos a dimensão da realidade. Mas quando olhamos para trás e percebemos o que vivemos, sentimos que temos tanto para contar...

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