31.8.09

Postos a Dormir Sem Sono!

De Tânger a Tétouan demoramos pouco menos de 40 minutos. O difícil foi encontrar o nosso local de alojamento. Muito tempo depois de termos perguntado a várias pessoas (sem efeito), de termos recorrido à internet para ver a localização da Riad no google maps (sem efeito), de nos termos perdido entre as gentes locais (sem efeito), conseguimos encontrar uma pessoa que nos sabia indicar, em francês macarrónico, o local desejado.
A Riad "El Reducto" situada na medina de Tétouan próxima ao Palácio Real é um antigo palácio árabe. Com uma decoração típicamente marroquina, com uma comodidade exemplar, com comida exepcional, e uma simpatia única por parte de todos os seus funcionários (e da Rute - a gerente da Riad), fez-nos instalar por 2 noites neste local.
A habitação tem um terraço no último andar, constituído por tendas, sofás, pufs, e tapetes marroquinos, onde à noite nos deitavamos a desfrutar do momento, descansando do dia, enquanto tomávamos o tradicional chá de menta. Com um calor brutal, este local era ideal para se estar nestas noites de verão. E ali ficámos nós, a conversar. Conversa puxa conversa fomos perdendo a noção do tempo. Apesar do cansaço ganho ao longo destes poucos dias, queríamos apoveitar ao máximo, e por isso, fomo-nos deixando ficar.
Conversas sérias, outras nem tanto. Risadas e gargalhadas pelo meio. Lembranças de outras vivências e partilhas concedidas naquele espaço.
Até ao momento em que ouvimos uma voz forte, rouca e num francês groseiro a gritar "MOI ET MA FEMME VEUX COUCHER".
Arregalámos os olhos. Fizémos silêncio e entreolhámo-nos.
Abruptamente, ouvimos uma porta a ser destrancada, e um hóspede de cuecas surge alí mesmo à nossa frente para nos mandar dormir...

STOP... O Que é?

Após do desembarque, e com as malas às costas, dirigimo-nos a pé, entre as ruas de Tânger e debaixo do sol tórrido do norte de África, até à Rua Mahomed V, onde se situa a Hertz - a empresa que tinhamos contactado, ainda em Portugal, para o aluguer do carro.
Com a nossa mascote já dirigível, com a qual convivemos durante 13 dias, iniciámos a aventura de conduzir em Marrocos. A estreia, foi do Sérgio! O co-piloto, o Nuno. Os penduras medrosos: eu e a Vanda!
LOUCURA!!!
É a palavra para descrever a condução dos marroquinos:
- há ultrapassagens nas curvas de cortar a respiração,
- há peões que atravessam e se passeiam pelas auto-estradas,
- há polícias em quase todas as rotundas e nas saídas de auto-estradas,
- há paragens de carros feitas em qualquer parte das estradas (incluindo rotundas)
- não há cedência de passagem aos peões que estão à espera nas passadeiras, mas por outro lado, os peões atravessam por tudo o que é estrada sem, a maioria, olhar no mínimo para os lados (como nos ensinam desde cedo, na escola primária!)
- os autocarros andam sempre apinhados, e se possível com as portas abertas para poder haver circulação de ar,
- buzinam por tudo e por nada. Gostam é de buzinar! E se for com má cara ainda melhor!
- os grand taxis têm SEMPRE capacidade para 7 passageiros: 3 à frente e 4 atrás. E se couber mais alguém... pode entrar! Há sempre lugar para mais um!
- não estão habituados a utilizar o cinto de segurança e com grande facilidade visualisamos crianças à frente nos carros sem protecção ou, pior ainda, nas motas sem capacete,
- poucos são os que fazem piscas,
- estradas com 2 vias de circulação poderão servir para como se fossem de 4 ou mais...
- os camiões e carros particulares apinham coisas em cima de tejadilho de tal forma que nos dão a ideia de que vão cair ou rebentar a quaquer momento,
- há, com frequência, motas e carros em sentido contrário, do lado das bermas,
- há passagens DESCARADAS de sinais vermelhos,
- há sinais de STOP que nunca são respeitados, nem mesmo quando a polícia está por perto...
Um verdadeiro medo que tivémo-nos de adaptar. E bem rápido! Ao final da viagem já posso dizer que...
- Já buzinei ,
- Já fiz inversão de sentido de marcha pisando um duplo traço contínuo
- Já quase atropelei peões,
- Já parei o carro no meio das vias de condução,
- Já andei com os máximos nas estradas
Uma verdadeira aventura!
Prometo que nunca mais direi mal da minha lisboa! Bendita rotunda do Marquês ou do Relógio! Venham elas...

30.8.09

Entrada Em África...

Na gare marítima observamos que são várias as empresas concorrentes que fazem o serviço de transfer Algeciras-Tânger e Algeciras-Ceuta. Comprámos os nossos bilhetes na transportadora "Acciona" por 20€, para Tânger.
Caímos no erro de não ter comprado bilhete de ida e volta. Como ainda não estávamos embuídos do espírito marroquino esquecemo-nos que, do lado de lá, em Marrocos, cada transportadora faz o seu preço bastante díspar uma da outra, não havendo um preço base. E como queremos sair de lá... temos de desembolsar. No nosso caso "arrotámos", cada um, com 40€ só do bilhete de regresso!!! Doeu... eu sei...
A hora da embarcação das 11h30m fez-se demorada. Aqui nada funciona a horas, tendo apenas partido às 15h30m!!! "Sólo estamos um poco tarde" - responde-me o funcionário da companhia, após algums vezes o questionar acerca da partida.
Enquanto esperávamos, aproveitámos para comprar o nosso mapa das estradas de marrocos. O nosso verdadeiro guia que nos levaria conhecer as maravilhas deste dito Marrocos incrível e fascinante.
Há uma enormidade de carros à espera para entrarem no barco. Há gentes estranhamente vestidas com burqas e sacos volumosos para realizarem a embarcação. Há minha volta ouço árabe, espanhol e francês. A confusão inicia-se e cada vez mais sinto-me entusiasmado...
Já dentro do barco, a viagem demora cerca de 1h30m. Aproveito para colocar o sono em dia, mas não consigo. Sinto-me demasiado excitado por realizar esta viagem.
Para entrarmos em Marrocos é, obrigatória, a realização do preenchimento de uma ficha de saída entregue aos polícias dentro do barco. Juntamento com a Vanda, colocamo-nos na fila para entregarmos a nossa e aí observamos que na fila só se encontram homens, com vários passaportes. É a realidade árabe: as mulheres ficam coinfinadas a tratar dos filhos. Os homens - donos das mulheres - são eles os responsáveis pelas questões administrativas. As mulheres resumem-se a ter poucos ou nenhuns direitos...
Vista de Tânger de barco

Chegada a Algeciras

Depois de uma noite de viagem, sem dormir uma única hora, chegámos por fim cansados, à "Estación Marítima" de Algeciras por volta das 11 da manhã. Tinhamos decidido não entrar em Marrocos com o nosso carro, pelos problemas que poderiamos, eventualemente ter. Desta forma, já no laado de lá alugámos um carro com quilómetros ilimitados e, claro, com ar condicionado (requisito essencial)!
Junto ao porto de embarque existem vários locais para deixarmos os carros em parques de estacionamento com vigilância. Os preços variam. Quanto mais perto do porto, mais caro! O mais proximo pedia-nos 21€/dia. Bem... fazendo as contas por 13 dias, iria-nos sair por 273€, o que achámos um roubo!
Decidimos colocar o carro num outro parque estacionamento que, inicialmente, nos pedia 17,50€/dia (total 227€). Regateado o preço com o responsável do parque, conseguimos uma avença de 15 dias por apenas uns incríveis 70€!!!!
Marrocos: bem-vindos ao mundo do regateio!!!!

Partida Desejada...

São exactamente, 1 da manhã. Estou, juntamente com o meu amigo Nuno a tocar à porta de casa da minha prima Vanda e do Sérgio. Estamos os 4 ansiosos pela partida para Marrocos. Com o essencial na mochila bem atafulhada, partimos noite dentro para mais uma aventura.
O Intinerário estava traçado:
1º dia - Lisboa - Algeciras - Tanger - Tétouan
2º dia - Tétouan e praias do mar mediterrâneao (Martil e Cabo Negro)
3º dia - Chefchaouan - Féz
4º dia - Féz
5º dia - Volubilis e Meknés
6º dia - Rabat
7º dia - Salé - Mehdya - Kénitra
8º dia - Marraquexe
9º dia - Cascatas d'Ouzoude
10º dia - Ouzarzate e Oásis do Sul
11º dia - Casablanca - Asilah
12º dia - Asilah
13º dia - Asilah - Tanger - Tarifa - Algeciras - Lisboa
Ao total foram mais de 4200 quilómetros percorridos, muitas horas de estrada, muitas paisagens deslumbrantes, muito cansaço, mas muita muita alegria durante todos os momentos vividos...

14.8.09

Um Até Já

É por terem as famosas vacas a passearem por tudo o que é sitio...
É por terem extensos campos de cultivos e pastos verdejantes com características muito peculiares...
É por terem um tempo fantástico de 4 estações num só dia... É por terem vistas fantásticas de cortar a respiração...
É por terem um contacto profundo com a natureza ...
É por terem falésias que se estendem até ao mar e lagoas maravilhosas...
É por terem praias de areias cinzentas e rochedos de origem vulcânica...
É por terem pores-do-sol lindos, lindos, lindos....
É por tudo isto e muito mais que os Açores foram classificados pela "National Geographic Traveler" como as segundas melhores ilhas do MUNDO para visitar...
Em pleno oceano atlântico deixo aí toda a saudade destes dias, capaz de me maravilhar novamente apenas ao obervar as fotografias tiradas...
Adorei a experiência, e daí digo "até já..."
Eu na ilha do Pico, momentos antes da despedida...

Obrigado!!!!

Ao Paulinho, o meu colega de trabalho, o meu obrigado pelo compenheirismo nesta viagem aos Açores.
Obrigado por partilhares comigo estes momentos intensos e, digo mesmo, únicos!.
A ele que adora natureza, o meu obrigado por permitir o meu olhar mais refinado para esta realidade: pela tenda partida, pelas dormidas no carro, pelos mergulhos em conjunto, por descobertas fantásticas, pela condução do carro, pela boa disposição, e por tudo o que vivemos. O meu sincero obrigado!
E já agora... para quando o retorno para conhecermos as Flores e Graciosa?
Fico à espera!

Piscina Inesperada

Estamos no nosso penúltimo dia de estadia pelos Açores. Agarrámos no carro alugado e fomos passear com a Sofia, a rapariga portuguesa que escalou connosco o Pico no dia anterior. Hoje é já o último dia dela. Nós partimos no dia seguinte. E por isso, aproveitámos para dar a conhecer à Sofia alguns dos locais que já tinhamos visitado anteriormente a ilha.
Contudo, há algo de inesperado.
Olhamos cá de cima da estrada e vimos um ponto azul que se distingue do resto. É uma piscina fabulosa, construída recentemente, totalmente equipada, onde aí aproveitámos para descansar dos pés doridos da subida ao Pico do dia anterior...
Valeu bem a pena...
Quem não gostaria de dar aqui umas braçadas????

13.8.09

Escalei a Maior Montanha de Portugal: O Pico

Ir ao Pico e não escalar a montanha que dá nome à ilha, é o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa ou a Paris e não ver a Torre Eiffel. Para mim, há locais que são sagrados. Que é necessário visitarmos e conhecermos pela dimensão cultural aí envolvente, quer se goste ou não.
Combinámos com um guia o encontro na vila da Madalena, logo de manhã cedo, para não apanharmos o calor e podermos, obviamente, desfrutar do extraordinário espetáculo do nascer e do pôr-do-sol do cimo da montanha.
Somos levados de jipe até ao início da partida, até uma espécie de centro de interpretação, onde vigilantes apontam os nomes de todos aqueles que sobem, para poderem contabilizar à chegada quem já desceu, como forma de controle de pessoas que, eventualmente, se poderão perder no cimo da montanha.
A subida da montanha, embora não seja técnicamente difícil só deverá ser efectuada durante os meses de Verão e por pessoas com capacidade para empreender uma grande caminhada. Nós, com a mochila às costas e equipados com calçado e vestuário apropriados, partimos em grupo para o início da nossa viagem, juntamente com um casal de espanhois, um casal inglês e uma outra portuguesa (a Sofia) que sozinha veio viajar até aos Açores. Erámos ao total, contando com o guia, um grupo de 8 pessoas.
Os colegas de caminhada
O Guia A distância a percorrer até ao cimo da Montanha do Pico é, aproximadamente, 5 Km. O acesso é constituído por caminhos e trilhos que, à excepção da parte inicial, estão identificados por marcos de betão com aproximadamente 1m de altura. Os marcos de betão constituem referências no percurso e de um marco pode-se visualizar o marco seguinte e o antecedente, se não houver nevoeiro ou mau tempo.

Á medida que a caminhada avança, vão sendo estabelecidos e reforçados laços de companheirismo com todos aqueles que partilham a vivência.

São conversas que fluem, são ajudam que se dão. São momentos de distração e de risadas gerais. São momentos de tensão e de expectativa. Momentos de silêncio partilhados por todos e imagens que vão ficando gravadas na nossa memória, juntamente coma força do grupo.

O cansaço torna-se evidente, e a subida cada vez mais difícil. Há pessoas que vão ficando para trás, tendo sempre que o grupo esperar uns pelos outros. Há pessoas que em vez de caminhar, fazem-nos, quase de gatas pela dificuldade acrescida.

O grupo acima das nuvens E enquanto esperamos uns pelos outros, observamos à nossa volta e vemos a dimensão da montanha que estamos imersos. Para lá das nuvens, estando acima delas, conseguimos ver o mar a rodear a ilha. Consegue-se perceber outras pequenas cavidades vulcânicas ao longo do Pico, e uma imensidão de verde por todo o lado. E à medida que subimos, o silêncio torna-se cada vez mais marcante.

Cavidades vulcânicas vistas do cima do Pico

Sinto-me único. Especial. E este sentimento é marcante, porque sei que muito poucos vivenciaram aquilo experenciei. E o quanto gostaria de poder ter partilhado estes momentos com todos aqueles que fazem parte da minha vida. Telefono-lhes extasiante e em grande estado maníaco. Estou eufórico, completamente. E isto porque consigo perceber a imensidão do mundo e de quão pequeno somos todos nós perante tal maravilha. E compreendo, neste instante, que as relações sociais são, portanto, a base da vida. Quem não partilha, por mais que viaje, não vive. Não vive porque se sente só. E só poderei estar completamente cheio quando me deixo maravilhar pela presença dos outros... O Pico Grande A muito custo, chegamos à cratera central ou Pico Grande, com cerca de 700 metros de diâmetro e uma profundidade que atinge os 30 metros. É MAJESTOSA! E nela nasce o Piquinho, o cone vulcânico que se eleva 50 metros acima da orla da cratera, com três ou quatro fumarolas no topo.
O Pico Pequeno A subida do pico pequeno torna-se ainda mais difícil, pela sua verticalidade. Assim, a parte final da subida faz-se em escalada, agarrando-nos a rochas para serem um elemento de segurança para quem quer chegar até ao alto do pico. E ao chegar lá acima, deixo-me extasiar, pela vista que os 2.351 metros de altura nos proporcionam. Com um dia espetacular conseguimos desfrutar a imensidão do oceano e as ilhas do grupo central do arquipélago (Faial, São Jorge, Graciosa e Terceira). Ainda que cansado, a vista compensa todo o esforço realizado.
Sento-me lá em cima, no ponto mais alto de Portugal, e agaixado senti as diferenças de temperatura: na cara sinto o ar gélido do ar, e no corpo sinto um vapor quente que vem de dentro do Pico. As pedras onde me sento estão quentes, como que recompensa de todo o esforço. E ali nos deixamos estar. A contemplar.

A Magia do Negro: Arrefecimento Das Lavas

Junto à Baía do Cachorro, na ilha do Pico, encontrámos uma impressionante aglomeração de lavas perfuradas por numerosos túneis e grutas, por onde o mar passa em turbilhão, oferencendo um digno cenário.
Áreas extensas, absolutamente áridas.
A vista é coberta por uma valiosíssima e exuberante paisagem de lava negra. Simplesmente fenomenal!
Baía do Cachorro - Pico

Vamos à Canzana????

Ilha do Pico - 2008

Caminhar Pelas Lagoas

Tenho alguns amigos meus que já foram aos Açores e que me disseram que conseguiram ver "tudo" num só dia e que deram a volta toda à ilha, achando uma "seca".
- Questiono: "Como será possivel?"
Andar de carro pelos itinerários principais não é conhecer! É como se observássemos, apenas, a ponta de um iceberg. É nas profundezas que reside a beleza das coisas. E ficar 4 a 5 horas sentados num café não nos permite isso mesmo... é necessário descortinar caminhos, veredas, falar com populações locais e perceber o que elas nos indicam. Afinal, são elas que conhecem a realidade muito mais do que qualquer guia...
Numa das tardes, aproveitámos para conhecer as Lagoas do Pico. As Lagoas do Capitão, Caiado, Rosada, Paúl, Peixinho, Ilhéu, Negra e Landroal estão situadas na área do planalto central, que se estende até à ponta este da ilha.
São Lagoas de uma beleza profunda, emaranhadas num silêncio avassalador.
E aqui sim. Eu ficaria mais de 4 ou 5 horas a comtemplar toda esta perfeição respirando a natureza e vivendo o mundo em pleno.
Lagoa do Paúl - Pico
Lagoa da Rosada - Pico

12.8.09

Maior Tubo Lávico de Portugal: Gruta das Torres

A Gruta das Torres, localizado na freguesia da Criação Velha, estão inseridas no complexo vulcânico da ilha. Esta gruta foi descoberta em 1990, e trata-se do maior tubo lávico conhecido em Portugal, com uma extensão 5150 metros.
Este tubo foi formado a partir das lavas de uma erupção vulcânica, originada muito provavelmente, num intervalo de tempo estimado entre os 500 e os 1500 anos atrás.
A entrada para o Centro de Interpretação
O percurso teve início no Centro de Interpretação onde, pela leitura do espaço envolvente e pelo breafing do nosso guia, começámos por tomar conhecimento da gruta e dos procedimentos a respeitar durante a estadia, sempre munidos de um capacete e de um sistema individual de iluminação.
Só depois disto é que se processa a visita ao interior da gruta, numa extensão de 450 metros e com a duração aproximada de 45 minutos.
A entrada principal da gruta é feita pelo “Algar da Ponte”, onde, através da descida de umas escadas, entramos, então, no verdadeiro ambiente da gruta, observando a transição da vegetação arbórea da superfície para outras formas de vida vegetal menos evoluídas, como sejam os fetos, os musgos e os líquenes, que se encontram no chão e nas paredes junto das aberturas.
"Alagar da Ponte" - Entrada da Gruta das Torres
O túnel principal desenvolve-se ao longo de 4480 metros e é na sua maior parte de grandes dimensões, podendo atingir alturas de 15 metros, ao contrário dos túneis secundários laterais e superiores, com dimensões mais reduzidas mas com estruturas geológicas muito variadas.
No interior de gruta estão presentes diversas estruturas características das cavidades vulcânicas tais como estalactites, estalagmites lávicas, bancadas laterais e lava balls.
É de referir que esta gruta não está munida de iluminação. A única existente é aquela que trazemos através das lanternas. Uma experiência bastante interessante realizada foi a da observação da impossibilidade de ver, na totalidade, quando apagamos as lanternas. È uma experiência única (e um pouco medonha, também), pelo facto de nem um pingo de luz entrar dentro desta cavidade. E assim ficámos durante mais de 1 minuto, totalmente às escuras!!!
As lavas que formam o chão estão muito bem preservadas em grande parte do túnel, havendo no entanto locais onde estão cobertas por materiais provenientes de desabamentos das paredes e do tecto.
Pelo interesse da visita, sentindo-me um verdadeiro espeleólogo, acabámos por tirar, nas profundezas da terra, uma fotografia com o nosso guia, iluminando parte da cavidade pelo clarão do flash...
Se ficámos cegos??? Quase!!!